Taxa de juros alta desacelera investimentos de empresários e afeta o índice de emprego para a população.

A Federação das Indústrias do Estado do Amazonas (Fieam) e a Federação do Comércio de Bens e Serviços do Amazonas (Fecomércio-AM) consideraram o recente corte de 0,25% na taxa de juros feito pelo Comitê de Política Monetária (Copom) como excessivamente conservador.
As entidades defendem que a taxa Selic deveria estar mais próxima da taxa de inflação.
O presidente da Fieam, Antônio Silva, argumenta que a inflação está sob controle, justificando uma redução mais significativa na taxa de juros. Silva acredita que uma queda maior seria mais adequada ao cenário econômico atual do Brasil.
Nos últimos 12 meses, a inflação, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), foi de 3,69%, abaixo dos 3,93% registrados nos 12 meses anteriores.
“Ainda temos uma taxa de juros real de 6,9%, ou seja, 2,4% acima da taxa de juros neutra. Esse cenário penaliza a atividade econômica, mantendo elevado o custo financeiro suportado pelas empresas e que é repassado aos consumidores”, criticou Silva.
O presidente da Fecomércio-AM, Aderson Frota, também destacou que a taxa de juros ainda está muito alta, apesar de uma redução no endividamento da população impulsionada por ações do governo federal.
“O patamar ideal da taxa deveria se aproximar à taxa de inflação. Se a taxa de juros cai, essa queda deveria acompanhar a retração da inflação. Mas entendemos que, para reduzir os juros, o Banco Central foca na inflação”, comentou Frota.
A taxa Selic, principal instrumento de política monetária do Banco Central para controlar a inflação, baixou de 13,75% para 10,50% ao ano nos últimos dois anos. Este foi o sétimo corte consecutivo na taxa básica de juros, iniciando a redução em agosto de 2023.
A Selic afeta todas as taxas de juros no Brasil, incluindo empréstimos, financiamentos e aplicações. Quando a inflação está alta, o Banco Central eleva a Selic para controlá-la, o que encarece a oferta de crédito.
Na prática, juros elevados tornam mais lucrativo investir no mercado financeiro em vez de investir na produção ou varejo, o que pode desestimular o crescimento econômico.


