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Senadores concluem diligências em cidades amazonenses vítimas de operações policiais

Representando 33 senadores da Comissão de Direitos Humanos do Senado, os senadores Plínio Valério (PSDB-AM) autor do requerimento, e a senadora Damares Alves (Republicanos- DF) concluiram dois dias de diligências em Humaitá e Manicoré para apurar denúncias de abusos na operação que levou o terror para as populações das duas cidades explodindo flutuantes e pequenas balsas onde moradores faziam extrativismo mineral na margem do Rio Madeira.

Ao final das audiências com prefeitos, vereadores, conselhos tutelares , cooperativistas e moradores desabrigados , a comitiva do Senado constatou várias violações de dispositivos de direitos legais e Direitos Humanos contra trabalhadores legais, velhos e crianças. O relatório será encaminhado á direção do Senado e inclusive para organismos internacionais de Direitos Humanos .

“Em Manicoré, senadora Damares e eu, conversamos com a população, com o prefeito Lúcio Flávio e demais autoridades locais reunidas no auditório da Câmara Municipal. Muito importante estar em loco, ouvindo o drama de uma população que foi aterrorizada por quem deveria protegê-la. Essa é a dor da população Norte. Não podemos permitir que tratem inocentes como criminosos”, disse Plínio Valério.

A CDH do Senado vai se debruçar especialmente em documentos do Ministério Público Federal e da Defensoria Pública do Amazonas atestando que as operações, foram recomendadas, sem autorização judicial, a pedido de uma ONG canadense, o Greenpeace, que monitora quase todo o território amazônico para exigir a expulsão de pequenos produtores rurais e agora extrativistas artesanais em verdadeiras operações de guerra.

A Comissão irá elaborar um projeto de lei para regulamentar o texto constitucional que prevê o extrativismo mineral familiar.

Essa denúncia de estrangeiros do Greenpeace determinando a operação é uma bomba! Homens e mulheres trabalhadores sendo humilhados. Inacreditável! Vamos atrás de tudo, elaborar um relatório e encaminhar para todos os órgãos no Brasil e exterior anunciou a senadora Damares Alves, presidente da CDH do Senado.

Em Manicoré na audiência da Câmara Municipal moradores denunciou a presença de estrangeiros infiltrados e mascarados com uniformes da força tarefa da PF. Em depoimento a comissão, Val Graça morador de Manicoré contou que abordou a equipe da Polícia Federal para questionar porque alguns estavam mascarados e falavam em outra língua que não era o Português e se se tratavam de estrangeiros infiltrados na operação.

“Encapuzados como Polícia Federal falando em outra língua. Quem são essas pessoas? Estamos pedindo socorro. Deus deu esse ouro para nós. Não nasceu no estrangeiro. Esse ouro é nosso. Temos o direito de tirar” “, protestou o morador Val Graça

Na operação em Manicoré , com a proximidade dos flutuantes com a cidade e com a Igreja que no momento realizada uma procissão em comemoração a padroeira local, bombas dispersaram os fiéis e caíram até pátio de uma escola .

Os senadores viram bombas e artefatos de gás lacrimogênio não detonadas nos flutuantes e em outros locais , levando riscos para a população ribeirinha da cidade. Com a cidade em pânico, 9.500 crianças deixaram de frequentar as aulas após as explosões em Humaitá.

“A gente vai mostrar para o Mundo inteiro como os povos da Amazônia são tratados com truculência sem nenhum respeito aos direitos fundamentais, como já tínhamos escancarado na CPI das ONGs. Esses órgãos ambientais nacionais e estrangeiros ditam as regras para as decisões do Ministério Público. Não enxergam os milhões de amazônidas como gente, que tem direito a comer e sobreviver”, disse Plínio.

Nas audiências públicas a população compareceu em peso, junto com autoridades locais.

“Daqui vai sair um documento para mostrar a verdade. O que houve aqui foi uma atrocidade”, relatou o prefeito Lúcio Flávio .

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