
O setor florestal brasileiro foi surpreendido com a imposição da tarifa de 50% por parte dos Estados Unidos sobre produtos nacionais. A decisão, que foi anunciada após uma tarifa semelhante já ter sido aplicada desde abril, afetou diretamente a indústria de base florestal, gerando grande preocupação entre empresários e representantes do setor.
O presidente da Associação Paranaense de Empresas de Base Florestal (APRE Florestas), Fabio Brun, considera a medida um obstáculo adicional para a indústria, já que o setor já vinha enfrentando dificuldades com custos elevados e desafios logísticos. Para ele, a decisão reflete um movimento mais político do que econômico, uma vez que o Brasil apresenta déficit na relação comercial com os EUA.
Reação e próximos passos
Segundo Brun, o Brasil tem até 23 dias para tentar negociar com os Estados Unidos e evitar que as tarifas impactem ainda mais o setor florestal. O presidente da APRE alerta que, caso não haja avanço nas negociações, será necessário buscar alternativas para minimizar os efeitos da medida.
A nova taxação afeta diretamente as empresas que exportam madeira processada, painéis, papel e celulose, produtos com alto valor agregado e um dos principais destinos é o mercado norte-americano. O Paraná, um dos maiores exportadores do Brasil para os Estados Unidos, teve aproximadamente 40% de sua produção direcionada a esse mercado.
Impactos da taxação e a busca por alternativas no setor florestal
Os dados da Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep) revelam que, em 2025, os estados do Sul exportaram juntos US$ 1,37 bilhão em produtos florestais para os EUA, o que representa 86,5% do total exportado pelo Brasil nesse setor. A alta nas tarifas torna as exportações brasileiras menos competitivas, forçando as empresas a redirecionar mercados e repensar suas estratégias.
O setor florestal brasileiro movimenta bilhões de reais por ano e gera milhares de empregos. A imposição de tarifas pode afetar a estabilidade e o crescimento da indústria no Brasil. A expectativa é que o país se mobilize rapidamente para uma solução diplomática, com foco em garantir a competitividade dos produtos brasileiros no mercado internacional.