Neste ano, a cidade teve uma cheia recorde e indicadores atuais já começam a preocupar as autoridades locais
A subida do nível do Rio Negro acima do normal, aponta que Manaus pode ter uma grande cheia este ano. De acordo com a Hidrologia do Serviço Geológico do Brasil (CPRM), responsável pelo monitoramento dos rios amazoneneses, a capital do Amazonas tem registrado cotas diárias acima do normal e, em janeiro, atingiu 10cm, índice alto e se aproxima da máxima para o período.
“A intensidade da cheia diminuiu um pouco em fevereiro, que é o que a gente precisava para não subir tanto. A curva estava super íngreme, e agora está estabilizando. Mas ainda preocupa, porque está muito próxima de 2012 [cheia recorde no estado]”, diz Jussara Cury, gerente de Hidrologia no Serviço Geológico do Brasil (CPRM).
Ainda segundo ela, apesar de índices preocupantes registrados em janeiro deste ano, nas primeiras semanas de fevereiro, já foi possível observar uma estabilidade, com cotas diárias de 6cm a 8cm e que a cheia em Manaus agora vai depender também do comportamento do Rio Solimões.
“A gente já está recebendo as águas do Rio Negro, é como se fosse os 40% chegando, e com intensidade. A gente ainda vai receber os 60% da cheia do Solimões, então isso está preocupando um pouco”, disse Cury.
Razões para alta em janeiro – a ocorrência de chuvas em toda bacia amazônica e a alta da cota diária na calha do Rio Negro (região de São Gabriel da Cachoeira, Santa Isabel do Rio Negro e Barcelos), de onde a água chega até a capital.
Além disso, o cenário da cheia em Manaus também é afetado pela subida do Rio Solimões, que ainda não chegou à capital. A quantidade de água do Solimões que contribui para a cheia na capital é maior do que a contribuição do Rio Negro.
O pico da cheia em Manaus acontece, normalmente, entre o final do mês de maio e na primeira quinzena de junho – De acordo com Jussara, o CPRM emite, todos os anos, três alertas de cheia. O primeiro é consolidado no final de março, e os outros são divulgados em abril e maio, respectivamente.
“A nossa esperança é que ela fique abaixo de 2012, e chegue na faixa azul. Mas a gente fica dependendo do comportamento da calha do Rio Negro e da calha do Solimões, e em março a gente já consegue chegar a uma previsão”, disse.