Nota Técnica da Sedect aponta que para fugir da pressões do presidente americano, empresas asiáticas podem buscar novos mercados e que eletroeletrônicos made in ZFM podem susbstituir produtos chineses nos EUA

O tarifaço de Donald Trump traz apreensão, mas também pode gerar oportunidades. É o que esperam os setores da cadeia produtiva da Zona Franca de Manaus (ZFM), leia-se Polo Industrial de Manaus (PIM). O governador do Amazonas, Wilson Lima, encomendou um estudo a Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação (Sedecti), que apontou perspectivas positivas das medidas do presidente americano. A tarifa para o Brasil ficou em 10%, enquanto outros países. O tarifaço de Trump, que passa a valer a partir deste sábado (5), atinge mais de 180 países e regiões, incluindo a União Europeia (20%), China (34%), Coreia do Sul (25%) e Japão (24%). A tarifa para o Brasil ficou em 10%.
As novas tarifas impostas pelos Estados Unidos sobre produtos importados de países asiáticos podem beneficiar a economia amazonense aponta a Nota Técnica da Sedecti, que analisa os impactos e as oportunidades geradas por essa política tarifária para as indústrias do estado.
De acordo com o levantamento, o tarifaço lançado por Trump também pode atrair investidores que buscam alternativas para fugir das pressões comerciais e busquem novos mercados. Ainda segundo ele, produtos fabricados no PIM, principalmente semicondutores e telefones celulares e outros eletrônicos made in ZFM podem substituir os chineses no mercado amaricano.
O aumento das tarifas incide diretamente sobre produtos eletrônicos, automotivos, metalúrgicos e têxteis fabricados na China, Vietnã, Taiwan e outros países do Sudeste Asiático.
Com isso, empresas que dependem dessas cadeias produtivas tendem a buscar alternativas para reduzir seus custos, e o Brasil surge como um destino viável, especialmente por contar com um polo industrial estruturado como a ZFM.
Com incentivos fiscais e mão de obra qualificada, a Zona Franca de Manaus se destaca como um possível beneficiado desse novo cenário.
A Nota Técnica da Sedecti avalia que setores como eletroeletrônicos, motocicletas e componentes técnicos podem expandir sua participação no mercado americano, aproveitando a redução da competitividade dos produtos asiáticos.
Além disso, há um potencial aumento no interesse de empresas internacionais em instalar fábricas na região, buscando evitar as tarifas impostas pelos EUA.
A possibilidade de diversificação da produção na ZFM também se fortalece. Com um ambiente industrial já consolidado, a região pode se tornar um centro estratégico para a fabricação de produtos que antes eram importados diretamente da Ásia, garantindo um novo fluxo de investimentos.
Esse movimento pode impactar positivamente a economia local, gerando mais empregos e aumentando a circulação de recursos na região.
Segundo a análise da Sedecti, a competitividade da ZFM e das indústrias nacionais pode ser ampliada com investimentos em infraestrutura, desburocratização e incentivos para a modernização da produção.
“É preciso observar o que vai acontecer nos próximos dias. Como vai ser impactada a cadeia produtiva global. A gente vê com boas perspectivas as mediadas que foram tomadas e os efeitos que podem trazer para a ZFM’, avalia o govrnador Wilson Lima.
Desafios e estratégias para fortalecer a ZFM
Apesar das oportunidades geradas pelo tarifaço dos EUA, a Sedecti alerta para alguns desafios que podem impactar a competitividade da Zona Franca de Manaus. Entre os principais pontos de atenção estão:
- Custo de produção elevado: Apesar dos incentivos fiscais, os custos logísticos e burocráticos do Brasil ainda são altos em comparação a outros países.
- Dependência de insumos asiáticos: Boa parte das indústrias da ZFM ainda importa matérias-primas e componentes da Ásia. Com o aumento das tarifas, pode haver um impacto nos custos de produção local.
- Capacidade produtiva e qualificação de mão de obra: A possível expansão da demanda exige investimentos em ampliação da capacidade industrial e na qualificação de profissionais para atender ao mercado exportador.
Recomendações para maximizar os benefícios
Diante desse novo cenário, a Sedecti destaca a importância de ações estratégicas para que a Zona Franca de Manaus e o Brasil possam aproveitar as oportunidades e minimizar os riscos gerados pelas novas tarifas dos Estados Unidos.
Uma das principais recomendações é a promoção da ZFM como um destino atrativo para investimentos, estimulando a instalação de empresas internacionais que buscam alternativas à produção asiática para evitar as tarifas impostas pelos EUA.
Paralelamente, é necessário investir em infraestrutura e logística, com melhorias em portos, rodovias e sistemas de transporte, garantindo eficiência no escoamento da produção para atender à crescente demanda internacional.
Outro ponto fundamental é o estímulo à produção de insumos nacionais, permitindo que mais componentes sejam fabricados internamente, reduzindo a dependência de importações da Ásia e fortalecendo a cadeia produtiva brasileira.
Por fim, a qualificação da mão de obra deve ser prioridade, preparando profissionais para atender às novas exigências da indústria exportadora e garantindo que o país tenha capacidade produtiva para suprir essa nova demanda.
A ZFM tem potencial para se consolidar como uma peça-chave na nova configuração do comércio internacional, ampliando sua relevância para a economia brasileira. A adoção de medidas estratégicas será determinante para transformar essas oportunidades em crescimento sustentável e fortalecimento da indústria nacional.