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Tarifaço trava exportação de pitaya amazonense aos Estados Unidos

A imposição de uma tarifa de 50% sobre as exportações brasileiras pelos Estados Unidos — medida conhecida como “Tarifaço do Trump” — inviabilizou os planos da agroindústria amazonense Toca da Pitaya, de ingressar no mercado norte-americano.

A empresa estava prestes a concluir a primeira entrega de pitaya em cubos congelados para supermercados norte-americanos quando foi surpreendida pela barreira.

“Já estávamos a ponto de entregar para os Estados Unidos, mas devido à situação política que a gente está enfrentando, tivemos que voltar à estaca zero”, declarou Kleber Medeiros proprietário da empresa a durante entrevista a um site local.

Segundo ele, a alternativa será buscar outros parceiros internacionais para dar vazão ao projeto de exportação. A Toca da Pitaya começou a investir na cultura há mais de dez anos e se consolidou com uma plantação de 140 mil pés da fruta na rodovia AM-010, no km 35.

A produção anual gira em torno de 350 a 400 toneladas, destinadas integralmente ao consumo interno. O diferencial climático do Amazonas, com maior incidência solar por estar na linha do Equador, permite colheita contínua ao longo do ano e favorece tanto a fruta quanto o aproveitamento dos galhos como ração animal.

“Nosso objetivo é transformar Manaus na capital nacional da pitaya”, afirmou Medeiros. Atualmente, mais de 500 produtores já estão envolvidos na cadeia produtiva, com apoio de programas de distribuição de mudas do governo estadual, da prefeitura e de emendas parlamentares.

“Nós ensinamos a plantar, podar, adubar e colher. Depois compramos a produção do pequeno agricultor, fortalecendo a agricultura familiar”, explicou.

Além da propriedade central, a Toca da Pitaya mantém uma rede de fornecedores em comunidades como São Francisco do Caramuri, Ramal do Rio Branquinho, Ramal do Pau Rosa, Brasileirinho e municípios como Manacapuru.

Uma indústria localizada no bairro Nova Aleixo, em Manaus, processa a fruta para abastecimento de supermercados e merenda escolar. O carro-chefe é a pitaya minimamente processada, congelada em cubos, que já está presente nas principais redes de varejo da capital.

A expectativa do empresário era expandir esse modelo de negócio para o Brasil e o exterior. “Em Manaus, todo supermercado, por maior ou menor que seja, já tem o nosso produto. A intenção era colocar nas prateleiras do Brasil e do mundo inteiro”, disse.

O Tarifaço, entretanto, interrompeu a entrada no mercado americano, considerado estratégico para consolidar a internacionalização da produção amazonense.

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