Setembro Amarelo: Amazonas enfrenta desafios no combate ao suicídio, com alta taxa entre os jovens, segundo dados do Atlas da Violência 2025.

O mês de setembro marca a campanha nacional de prevenção ao suicídio, situação que, no Amazonas, ganha contornos ainda mais urgentes. Apenas em 2023, segundo dados da Fundação de Vigilância em Saúde Dra Rosemary Costa Pinto (FVS-RCP), o estado registrou 332 mortes por suicídio. Isso corresponde a uma taxa de mortalidade de 7,8 óbitos por 100 mil habitantes.
Entre os jovens, o número ainda é mais preocupante. Dados do Atlas da Violência 2025, mostram que no período de 2013 e 2023, a taxa de suicídio de pessoas entre 10 a 19 anos aumentou 24,7% no Amazonas.
Para a psicóloga e especialista em Saúde Mental, Maria do Carmo Lopes, existem diversos fatores que contribuem para essa incidência entre os jovens. “Os adolescentes passam por mudanças hormonais e físicas e estão sempre muito expostos à pressão das redes sociais, vulneráveis ao sofrimento psíquico. Muitas vezes, o isolamento, a irritabilidade, a queda no rendimento escolar ou até falas sobre morte, são vistos como drama da idade”, explica.
A psicóloga chama atenção para os tabus que ainda dificultam a prevenção. “Tratar o tema como tabu só afasta as pessoas da ajuda que precisam”, alerta.
Neste ano, a campanha Setembro Amarelo traz o lema “Se precisar, peça ajuda”, reforçando a importância de falar sobre o tema e buscar apoio. Para Maria do Carmo, escolas, universidades e comunidades devem ter papel ativo, promovendo rodas de conversa e atividades que levem informação para diferentes públicos.
“A prevenção depende da rede de apoio, não apenas dos consultórios. A sociedade precisa estar engajada para acolher e informar, porque só assim vamos reduzir os índices”, conclui.