
Embora o cenário seja de redução na curva da pandemia no Amazonas, com a queda no número de casos, internações e óbitos, o governo do estado trabalha um plano de contingência para evitar qualquer supresa no caso de uma terceira onda.
Apesar dos indicadores monitorados mostrarem uma tendência otimista, já uma movimentação preventiva na gestão estadual. Nesta segunda-feira (5) o governador Wilson Lima se reuniu com representantes da White Martins, fornecedora de oxigênio ao Estado, para tratar do abastecimento do gás hospitalar em caso de um novo pico da Covid-19.
No encontro por vídeoconferência, foi considerado o avanço da vacinação, mas também se observou a tendência atual em outros países da Europa, que vivem uma terceira onda da pandemia e também estão adiantados na vacinação.
Para o governador, há esperança de que a situação não volte a agravar, mas o Estado já elabora um plano de contingência e elas está o abastecimento de oxigênio, essencial nas internações.
“Nos países europeus, o intervalo entre a segunda e terceira onda foi entre 50 e 21 dias. De acordo com a SES-AM, no segundo pico no Amazonas, em janeiro deste ano, o número de casos subiu gradativamente durante 21 dias e foram necessários 40 dias para desacelerar”, disse Wilson Lima.
De acordo com a White Martins, a produção da empresa no Amazonas, hoje, é de 36 mil metros cúbicos (m³) por dia, em média. Já o consumo da rede estadual de saúde está de 17 mil m³/dia.
No segundo pico da pandemia no estado, a demanda chegou a 80 mil m³ para atender toda a rede, na capital e interior. Os representantes da White Martins informaram, ainda, que a capacidade atual de armazenamento em Manaus é de 250 mil metros cúbicos.
Variante P1 – Durante a reunião, o secretário estadual de Saúde, Marcellus Campêlo, lembrou que a nova variante do novo coronavírus, batizada de P1, foi um dos fatores que levaram ao crescimento recorde e inesperado de casos e internações por Covid-19, em um curto período de tempo no Amazonas, comprometendo todo o planejamento traçado no Plano de Contingência para o Recrudescimento da doença, que vinha sendo colocado em prática desde novembro do ano passado.
Campêlo destacou na reunião que, ano passado, vários especialistas apontavam que os impactos da segunda onda seriam menores e, mesmo assim.
Segundo ele, o Estado se preparou para um cenário com os mesmos parâmetros do primeiro pico da doença. Porém, foi surpreendido com o grande poder de transmissibilidade da variante P1.
Saiba mais
A perspectiva de uma terceira onda da pandemia também foi tema da Comissão de Saúde e Previdência da Assembleia Legislativa do Amazonas, nesta segunda-feira (5).
O comissão parlamentar realizou uma Audiência Pública Virtual para debater as medidas a serem adotadas em caso de acontecer um novo pico ainda mais grave do novo coronavírus.
Participaram da audiência representantes da Fundação de Vigilância em Saúde (FVS-A), da Secretaria de Estado de Saúde (SES-AM), da Secretaria Municipal de Saúde (Semsa), da Fiocruz, do Ministério Público do Estado e Defensoria Pública.