
Pesquisadores brasileiros do CNPEM (Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais) desenvolveram um teste de covid-19 feito com detergente e papel para detectar o coronavírus.
Coordenado pelos cientistas brasileiros Renato Sousa Lima e Murilo Santhiago, o estudo, compartilhado com exclusividade a Tilt, obteve resultados positivos de eficácia nos testes iniciais. O objetivo agora é explorar a viabilidade do uso da tecnologia em aplicações de diagnóstico clínico.
A equipe que projetou a novidade pertence ao Laboratório Nacional de Nanotecnologia (ramo que estuda partícula de um milionésimo de milímetro).
A análise utiliza uma nanocamada de detergente (ou seja, mais de 50 mil vezes inferior ao diâmetro de um fio de cabelo) depositada sobre uma estrutura de papel queimado (pirolisado). É utilizado então o soro sanguíneo ou de saliva para identificar se a pessoa está ou não com a covid-19.
“O dispositivo foi arquitetado para ser simples, poder ser produzido em larga escala, portátil e de uso descomplicado”, destacam os pesquisadores. A criação teve 100% de acerto para um total de 12 amostras de soro testadas de pacientes, segundo os cientistas.
O dispositivo que detecta a covid-19 é composto por uma pequena peça de vidro (aproximadamente, 5,5 cm x 2,5 cm) com um papel condutor de corrente elétrica (veja abaixo).

Eles ajudam a identificar a contaminação ou não das pessoas. Basta a adição de uma gota (100 a 300 microlitros) do T20 (detergente) na estrutura. É necessário também que esse conjunto de detecção seja utilizado com um equipamento capaz de fazer medições eletroquímicas — que pode ser portátil e controlado por um celular.
De acordo com os pesquisadores brasileiros, os resultados do teste podem ser obtidos em cerca de 30 minutos, após a coleta do soro. E a ideia, mediante aos novos testes em andamento no estudo, é que esse tempo seja reduzido.