
A presidente do Tribunal de Contas do Amazonas (TCE), Yara Lins, apresentou queixa na Polícia Civil do Estado no último dia 6 contra o conselheiro Ari Moutinho Júnior. Ela tinha acabado de ser reeleita para a Presidência do tribunal, numa disputa da qual ele também participou.
Segundo o boletim de ocorrência, Yara contou que Ari Moutinho Júnior afirmou, dentro do plenário do tribunal, que ela era “safada, traíra e p.”, e que ia recorrer à subprocuradora-Geral da República Lindôra Araújo para “f…” a vida dela, Yara.
Assim que Yara Lins apresentou a queixa, Ari Moutinho distribuiu uma nota para a imprensa do Amazonas negando as acusações. “Tomei conhecimento estupefato das declarações da conselheira Yara Lins suposta conduta minha no plenário do TCE/AM”, escreveu.
“Estou surpreso e indignado, posto que os fatos não se deram da forma narrada, refutando-os veementemente”, escreveu o conselheiro Ari.
A Polícia Civil do Amazonas, no entanto, levantou provas testemunhais contra Ari Moutinho Júnior. O conselheiro Luís Fabian Barbosa prestou depoimento e confirmou ter ouvido as agressões.
Uma das assessoras do tribunal, Lara Marialva Rondon Júnior, também confirmou que ouviu o conselheiro Ari Moutinho Junior chamar a conselheira Yara Lins de p., vagabunda e vadia e que ia “f…” a vida dela.
Na última quinta-feira, o ministro da Justiça Flávio Dino recebeu Yara Lins, que narrou as agressões e ameaças desferidas pelo colega do TCE.
O conselheiro, que já foi vereador em Manaus, já teve outros problemas com a Justiça. Em 2004, ele foi indiciado pela Polícia Federal por envolvimento com uma quadrilha que fraudava licitações no Amazonas.
Em 2012, foi citado em um escândalo envolvendo divulgação de fitas de conteúdo sexual que levaram a então deputada Rebecca Garcia a desistir da candidatura à Prefeitura de Manaus.
Ele se manifestou por nota:
“Venho sendo vítima de uma campanha de ódio e de fake news por não ter votado em um grupo em uma eleição em que sequer fui candidato. Não há qualquer prova das acusações. No dia da eleição, cumprimentei e fui cumprimentado pela conselheira, hoje presidente eleita, em ambiente público e registrado por câmeras de vídeo.
Aquele dia, estava sentindo enorme dor, por causa de uma fratura no pé direito e com três ligamentos rompidos. A minha expressão facial naquele momento, a situação como um todo revela tudo, menos agressão ou desrespeito.