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Toffoli trabalha até nas férias para suspender pagamentos da Odebrecht

O amigo do amigo de meu pai”

Para suspender os pagamentos da Novonor, ex-Odebrecht, da multa determinada no acordo de leniência firmado com os procuradores da Lava Jato, no valor de R$ 3,8 bilhões, o ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF), interrompeu o último dia de recesso da Corte para aplicar a decisão.

Segundo reportagem do jornal O Globo, o gabinete do ministro tinha 1.426 processos no acervo, mas apenas esse da Odebrecht ganhou atenção especial.

“Em dezembro, a assessoria do STF informou que Toffoli se mantinha em atividade ‘apenas para a adoção de medidas ou petições relacionadas a uma ação específica’, que era justamente a da Vaza-Jato. Ou seja, os outros mais de mil processos no gabinete do ministro não seriam priorizados até a retomada das atividades regulares da Corte”, diz a matéria do jornal carioca

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Na quinta-feira (1), Toffoli divulgou a decisão de 62 páginas, datada de 31 de janeiro, que beneficiou a empreiteira envolvida em casos de corrupção.

Procurado pelo jornal, o ministro do STF não explicou por que priorizou a ação da Novonor entre os 1.426 processos que tinha em seu gabinete durante o recesso do Judiciário.

“Amigo do amigo do meu pai”

O empresário Marcelo Odebrecht, que comandava a Odebrecht, atualmente Novonor, quando as práticas de corrupção vieram à tona com a Lava Jato, citou o ministro Dias Toffoli (veja o vídeo abaixo), do Supremo Tribunal Federal (STF), no acordo que agora o próprio Toffoli esvazia.

Como revelou Crusoé, o magistrado era chamado por Marcelo, em e-mails internos, de “amigo do amigo do meu pai”, em referência à amizade do ministro com Lula, amigo de Emílio Odebrecht, o pai de Marcelo.

Em depoimento, Marcelo Odebrecht afirmou que a empreiteira pagou caro a um escritório de advocacia indicado pelo próprio Toffoli, que na época era advogado-geral da União, para “intermediar” a relação com ele.

O empreiteiro relatou que era comum o envio de presentes a Toffoli e que, em pelo menos duas ocasiões, se reuniu pessoalmente com ele para tratar de assuntos de interesse da companhia.

Com a anuência de Toffoli, a Odebrecht usou sua máquina de lobby no Congresso para ajudar na aprovação do nome do ministro para assumir a cadeira no Supremo, em 2009.

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