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Traficante do AM é preso no Ceará após cirurgias plásticas e nova identidade

Ele participou do massacre no Compaj, em janeiro de 2017, quando 56 detentos foram brutalmente assassinados

O traficante Lenon Oliveira do Carmo, 39 anos, foi recapturado em uma operação conjunta entre a Secretaria de Segurança Pública do Amazonas e do Ceará ontem (17), em um bairro praiano de classe média alta na Região Metropolitana de Fortaleza. Ele é apontado como autor de homicídios e responde a processos que somam pena de mais de 60 anos de prisão no Amazonas.

O traficante estava foragido de Manaus há dois ano, quando em 2018 obteve na Justiça o direito a prisão domiciliar e escapou.

Lenon Oliveira após cirurgias plásticas e nova identidade

A operação da SSP-AM teve apoio do Departamento de Investigação sobre Narcóticos (Denarc/AM) e da Polícia Civil cearense. As investigações de reacaptura do traficante duraram mais de três meses.

Considerado de alta periculosidade, Lenon Oliveira, vulgo “Bileno”, tem envolvimento em diversos assassinatos na capital amazonense relacionados ao tráfico de drogas.

Ele participou das mortes registradas no Complexo Penitenciário Antônio Jobim (Compaj), em janeiro de 2017, quando 56 detentos foram brutalmente assassinados.

Bileno era de uma facção criminosa local e, há cerca de dois anos, mudou de grupo e passou a ocupar um posto de comando em uma organização criminosa oriunda do Rio de Janeiro.

De acordo com as investigações, ele era uma espécie de executivo do presidiário Gelson Carnaúba, vulgo “Mano G”, chefe desta facção criminosa.

Preso pela última vez em fevereiro de 2018, Lenon tinha sido transferido do sistema prisional do estado, em julho daquele ano, junto com outros oito detentos líderes de facção, após a capital amazonense bater recorde de homicídios com mais de 100 casos naquele mês de junho referentes às brigas de facções do tráfico.

Ele ficou no Presídio de Mossoró, no Rio Grande Norte, por cerca de quatro meses. Ao retornar para o Amazonas, obteve da Justiça o direito a prisão domiciliar com uso de tornozeleira eletrônica. Mas ele destruiu o equipamento e fugiu do estado.

Para tentar se esconder das autoridades policiais amazonenses, Lenon mudou de identidade e passou a se chamar Aylon Soares Cardoso. Ele também fez cirurgias plásticas no rosto, e ganhou nova aparência. Ostentava uma vida de luxo com a família na capital cearense.

Ao ser preso, na manhã de sábado, estava visitando sua nova residência, uma casa de alto padrão a poucos metros da praia de Icaraí, na região litorânea. Foram dois dias de campana para a prisão ser efetuada.

Tráfico, homicídios e invasões – Lenon Oliveira do Carmo possui diversos registros policiais em Manaus. Prisões por tráfico de drogas, associação para o tráfico, homicídios e crimes ambientais.

De acordo com as investigações, o condenado domina o tráfico doméstico em bairros como Colônia Antônio Aleixo, Distrito II e Puraquequara, e atuava no intercâmbio das drogas através das orlas fluviais dos bairros.

Bileno também comandava invasões de terras na capital amazonense e tinha sob sua liderança uma milícia armada altamente violenta responsável pela propagação do tráfico de drogas.

Em uma invasão no Francisca Mendes, ele montou um clube de lazer para traficantes e desviou o curso do rio para montar um balneário natural. A suspeita da polícia é que o local serviria como uma espécie de bunker dos criminosos, onde seriam montadas estratégias para articulação de fugas de traficantes do regime fechado.

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