
As seis horas de chuva forte em Petrópolis chegou ao número de 55 mortes e um número ainda incalculável de desaparecidos pelos Bombeiros da cidade. O cenário de destruição da cidade com mais de 180 deslizamentos de terra em encostas no Morro da Oficina e do Alto da Serra, os pontos mais atingidos. Mais de 80 casas foram destruídas.
Choveu em seis horas o volume todo previsto para o mês de fevereiro, 260 mm. O forte temporal teve início no fim da tarde de ontem, terça-feira (15). Até por volta das 13h (horário de Brasília) desta quarta-feira (16), o número de vítimas aumenta e o IML instalou um caminhão refrigerado para colocar os corpos. Uma multidão de pessoas se aglomeram na frente do órgão em busca de parentes e amigos.
No Morro da Oficina, ocupado por casas alinhadas em uma mesma ladeira ficou apenas um rastro de destruição com uma extensa faixa de terra provocado pelo deslizamento da avalanche de lama e rochas.
Dezenas de casas foram soterradas. Um bar, cheio de clientes, desapareceu sob a massa de destroços. O mesmo aconteceu com outros endereços do modesto comércio existente por ali.
O Morro da Oficina não foi um ponto isolado. A destruição causada pelas chuvas atingiu diversas regiões de Petrópolis, como a Rua Teresa, famosa pela sua centenas de lojas e centro da moda do Rio com vendas de roupas direto das fábricas de Petrópolis.
No centro, onde estão atrações como o Museu Imperial e o Palácio de Cristal, a água tomou conta das ruas.
As diversas ladeiras da cidades canalizaram enxurradas, que arrastaram carros e até ônibus, com a pressão alcançada pelas águas.
Na manhã desta quarta-feira (16), carros permaneciam atravessados pelas ruas, alguns completamente destruídos.

Cláudio Castro, governador do Rio, classificou a situação como um cenário de guerra. Mas estimou que parte da cidade voltará a funcionar em dois ou três dias.
“Se não chover entre hoje hoje e amanhã, a vida já vai estar voltando ao normal”, disse Castro, na visita feita ao Morro da Oficina.
O governador fez a ressalva sobre os locais atingidos por deslizamentos graves. “Ali vai demorar um pouco e o estado vai precisar entrar muito forte”, acrescentou.
Desde a madrugada, cerca de 400 bombeiros trabalham na região. A Secretaria de Defesa Civil listou doze pontos de Petrópolis com registros considerados de maior gravidade.
A Defesa Civil recebeu mais de 260 chamados de moradores em áreas atingidas pela força do temporal.
Ainda não existe uma estimativa sobre o número de desaparecidos. E a busca por sobreviventes prossegue.
Solidariedade russa
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, se solidarizou com as vítimas das chuvas em Petrópolis. Ele se encontrou com o presidente Jair Bolsonaro nesta quarta-feira (16) pela manhã, em Moscou.
“Sei que ontem no Brasil ocorreu um incidente muito triste após fortes chuvas. Gostaria de manifestar minhas condolências ao povo brasileiro”, disse o presidente russo. Bolsonaro agradeceu o gesto e pediu que “Deus conforte os familiares” das vítimas.