Pesquisas indicam que Luis Lacalle Pou interromperá série de 15 anos de governo da coalizão esquerdista Frente Ampla. Segurança pública, economia e relações com vizinhos em crise estão em jogo.
Os uruguaios voltam às urnas neste domingo (24) para decidir se encerra uma série de três mandatos da coalizão de esquerda Frente Ampla. As eleições presidenciais do Uruguai têm, de um lado, o governista Daniel Martínez. Do outro, está o liberal-conservador Luis Lacalle Pou.
Embora Martínez tenha terminado o primeiro turno na frente, com cerca de 40% dos votos, Lacalle Pou aparece na dianteira em todas as pesquisas de opinião nesta segunda rodada, segundo o jornal uruguaio “El País”.
Isso se deve, em parte, porque o direitista conseguiu apoio de duas grandes forças políticas do Uruguai: os liberais do Partido Colorado e os nacionalistas do Cabildo Abierto. Ambos os grupos tiveram candidatos no primeiro turno e foram derrotados.
Caso a expectativa se confirme, Lacalle Pou interromperá 15 anos de governo da Frente Ampla, em que Tabaré Vázquez e José “Pepe” Mujica se alternaram em mandatos de cinco anos.
Além disso, poderá ser a volta do Partido Nacional — também conhecido como Partido Blanco — à presidência do Uruguai. A última vez em que isso ocorreu foi entre 1990 e 1995, justamento no governo de Luis Alberto Lacalle, pai do atual presidenciável.
A questão da segurança pública dominou o debate no primeiro turno — até porque, ao mesmo tempo, os eleitores votaram em plebiscito se aprovavam reforma constitucional semelhante a um pacote anti-crime. O projeto, porém, não teve apoio de nenhum candidato e acabou rejeitado.
Em 2018, a taxa de homicídios no Uruguai chegou a 11,8 a cada 100 mil habitantes. É a primeira vez que o índice chegou a dois dígitos na história do país. Com isso, segundo o “El País”, somente Venezuela, Brasil e Colômbia tiveram maior proporção de mortes violentas no ano passado.
Também está em jogo a economia do Uruguai, cujo crescimento do PIB vem desacelerando desde 2013. Segundo a BBC, apenas 22% dos uruguaios consideram que a situação econômica do país esteja boa.