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Varejo terá protocolo padrão para identificar carne da Amazônia

A intenção é passar informações sobre frigoríficos e varejistas sobre os esforços para evitar que a carne não seja oriunda de áreas desmatadas da região

Um documento foi elaborado para padronizar as operações das empresas varejistas com relação a origem da carne originária da Amazônia, que até então tinham protocolos próprios distintos um do outro.

Segundo o coordenador de Cadeias Agropecuárias do Instituto de Manejo e Certificação Florestal e Agrícola (Imaflora), Lisandro Inakake de Souza, a falta de unificação dos processos entre as empresas era um dos maiores desafios para a compreensão da cadeia, pois impedia uma análise comparativa de desempenho e gerava uma “confusão de informações”.

O protocolo propõe às varejistas três níveis de exigência com relação aos seus fornecedores de carne, do essencial ao mais exigente.

No nível essencial, a empresa do varejo deve apenas solicitar ao frigorífico a apresentação periódica de informações de rastreabilidade das propriedades rurais que compõem os lotes de carne.

Em um nível intermediário, o varejista recebe informações a partir de cada nota fiscal emitida pelo frigorífico e faz um monitoramento próprio das informações de rastreabilidade do lote de carne, seguindo os critérios do Protocolo de Monitoramento dos Fornecedores de Gado da Amazônia (PMFGA).

Em um nível mais exigente, o varejista realiza uma auditoria de segunda parte, própria ou contratada, para confirmar se o sistema de monitoramento está sendo efetivo na identificação das irregularidades.

O protocolo foi elaborado após dois anos de discussões com os varejistas Assaí, BIG, Carrefour e Grupo Pão de Açúcar e com os frigorífico JBS, Marfrig e Minerva, além de consultas às organizações WWF-Brasil e National Wildlife Federation (NWF).

O plano é que o protocolo seja adotado por todo o setor varejista, com apoio da Abras a empresas pequenas e médias.

O Imaflora já elaborou protocolos de conduta voltados aos frigoríficos, como o de monitoramento dos fornecedores da Amazônia e o protocolo de Auditoria dos Compromissos da Pecuária na Amazônia.

A Iniciativa para o Comércio Sustentável (IDH), o Carrefour Brasil e a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) também elaboraram recentemente um Protocolo de Produção Sustentável de Bezerro para rastrear animais desde o nascimento.

Faltava uma iniciativa que oferecesse orientações aos varejistas. Em abril, o Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon) e o Instituto O Mundo Que Queremos lançaram o Radar Verde, com objetivo de alcançar o consumidor final.

O radar vai compilar anualmente informações tanto sobre frigoríficos como sobre varejistas a respeito dos esforços para que a carne não seja oriunda de desmatamento da Amazônia.

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