Segundo a senadora Mara Gabrilli (PSDB), o petista foi chantageado pelo empresário Ronan Maria Pinto para não ser envolvido no Caso Celson Daniel

Candidata a vice-presidente na chapa com Simone Tebet, a senadora Mara Gabrilli (PSDB) acusou o presidenciável Luiz Inácio Lula da Silva (PT) de ter pagado R$ 12 milhões para não ser exposto “como mentor do assassinato” do ex-prefeito Celso Daniel. Segundo a parlamentar, ele foi chantageado pelo empresário Ronan Maria Pinto, do ramo de transporte público no ABC paulista. Gabrilli não seguiu Tebet no apoio a Lula no segundo turno e declarou voto nulo.
– O Ronan Maria Pinto, se não fosse pago, ele ia entregar o Lula como mentor do assassinato do Celso Daniel. Esse é o teor da chantagem. E o Lula pagou. Como é que que alguém que não tem nenhum envolvimento pagaria? O Lula pagou os R$ 12 milhões da chantagem sim para o Ronan Maria Pinto calar a boca e ficar quieto – enfatizou Gabrilli em entrevista à Jovem Pan (veja no vídeo abaixo).
De acordo com a senadora, Ronan Maria Pinto fazia parte da quadrilha que extorquia empresários em Santo André. Ronan foi condenado pela Lava Jato por lavagem de dinheiro, e atualmente está sendo monitorado por tornozeleira eletrônica.
– Ele era um dos que extorquiam o meu pai. E ele, depois que o Celso Daniel já tinha sido morto, ele foi lá, típico dele, oportunista, foi lá tentar ganhar uma graninha, fazer uma chantagem (…). Existe o documento do dinheiro que entrou na Nova Santo André, na empresa do Ronan. Sabe por quê? Por que a chantagem que ele fez foi paga – afirmou.
Ela relatou ter ficado sabendo das informações ao visitar o operador do mensalão, Marcos Valério, na prisão. Após insistência, ele teria revelado o caso para ela. Gabrilli também afirma que “implorou” ao Ministério Público de São Paulo para ouvir o detento, mas o órgão “acabou encobrindo o caso”.
– Desde o princípio, o Ministério Público de São Paulo acabou encobrindo o caso. E quem que era o governador na época? Geraldo Alckmin. E hoje estão juntos, Geraldo Alckmin e Lula, com uma mácula dessa, um assassinato brutal desse – acrescentou.
Prefeito de Santo André e coordenador da campanha de Lula em 2002, Celso Daniel foi encontrado morto em janeiro do mesmo ano, com marcas de tortura e tiros em uma estrada de Juquitiba (SP).
Ele havia sido sequestrado após deixar um restaurante na capital paulista. Inicialmente, a Polícia Civil apontou que tratava-se de “crime comum”, mas o Ministério Público declarou que a versão não se sustentava.
Segundo os irmãos de Celso Daniel, Bruno José Daniel Filho e João Francisco Daniel, o homicídio foi um crime político para queima de arquivo. Celso estaria envolvido em uma esquema de corrupção de empresários do setor de transportes e funcionários da Prefeitura de Santo André para desviar dinheiro para o Partido dos Trabalhadores.