Dois passageiros do metrô foram baleados, um morador foi atingido no pé dentro de casa, um policial civil morreu e três ficaram feridos. Bandidos tinham armamento militar – granadas, munição para derrubar helicóptero, fuzis e metralhadoras
Subiu para 25 o número de mortos na operação policial que durou mais de oito horas na favela do Jacarezinho, na Zona Norte do Rio, nesta quinta-feira (6). Entre eles está um policial civil da Delegacia de Combate às Drogas, atingido com um tiro na cabeça e três agentes feridos. Dois passageiros que estavam dentro e um vagão do metrô ambém foram atingidos e estão fora de perigo. https://portalvoce.com/15-pessoas-morrem-entre-elas-um-policial-em-acao-na-favela-jacarezinho/
De acordo com a assessoria do metrô, os dois foram atendidos e passam bem. Um deles, identificado como Humberto Duarte, de 20 anos, foi baleado de raspão no braço e encaminhado para o Hospital Souza Aguiar, no centro. Já Rafael Silva, de 33 anos, atingido por estilhaços de vidro, foi levado ao Hospital Salgado Filho, no Méier.
A Polícia Civil disse que a facção criminosa que atua na região age de forma semelhante a grupos terroristas, fazendo até o sequestro de trens da SuperVia.
Segundo as investigações, os criminosos têm “estrutura típica de guerra”, com centenas de “soldados munidos com fuzis, pistolas, granadas, coletes balísticos, roupas camufladas e todo tipo de acessórios militares”.
O grupo, considerado um dos quartéis-generais da facção Comando Vermelho na região, alicia crianças e adolescentes para praticar crimes, como o tráfico de drogas, roubos e homicídios.
Policial morto
Em nota, a Polícia Civil lamentou a morte do inspetor André Leonardo de Mello Frias, que foi atingido na cabeça durante a ação.
“A Sepol se solidariza com amigos e familiares, e sente muito a dor pela morte do inspetor que teve uma trajetória ilibada na instituição, sendo admirado e respeitado por todos. Ele honrou a profissão que amava e deixará saudade. Mas também deixa o sentimento de que o trabalho não pode parar”, diz o comunicado.
Operação Exceptis
Policiais Civis da Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente, com apoio de outras unidades do Departamento Geral de Polícia Especializada (DGPE), do Departamento Geral de Polícia da Capital (DGPC) e da Coordenadoria de Recursos Especiais (CORE), realizam a operação Exceptis, na comunidade do Jacarezinho, na zona norte.
A polícia investiga uma organização criminosa que atua na comunidade, explorando práticas como o tráfico de drogas, roubo de cargas, roubos a transeuntes, homicídios e sequestros de trens da Supervia. Além disso, a quadrilha também vem aliciando crianças e adolescentes para integrar a facção.
Veto do STF
Desde junho do ano passado, as operações policiais estão proibidas no Rio de Janeiro, conforme decisão do STF (Supremo Tribunal Federal). As autoridades de segurança só podem fazer ações nas comunidades da cidade em “em hipóteses absolutamente excepcionais”, desde que com aviso prévio ao Ministério Público.
Segundo a Polícia, até 15h30, a operação tinha apreendido:
- 15 pistolas
- 6 fuzis
- 1 sub-metralhadora
- munição antiaérea
A ação envolveu:
- 250 polícias
- 4 blindados
- 2 helicópteros