Defesa apresenta novas imagens da operação policial no salão Belle Femme e aponta falhas na condução do mandado de busca e apreensão.
Um novo capítulo pode se abrir no Caso Djidja Cardoso, um dos episódios mais repercutidos no Amazonas nos últimos anos. Um vídeo inédito, apresentado pela defesa dos envolvidos, traz à tona supostas irregularidades na atuação da polícia durante o cumprimento do mandado de busca e apreensão no salão Belle Femme, localizado no bairro Cidade Nova, zona norte de Manaus.
As imagens, que agora serão anexadas ao processo judicial, mostram que os investigadores responsáveis pela operação desligaram a caixa geral de energia elétrica no momento da diligência – o que, segundo os advogados, caracteriza conduta inadequada.
“Se havia um mandado judicial, por que não continuar gravando? Esse registro seria o respaldo mais legítimo da ação policial”, questiona o advogado Luke Pacheco, que atua na defesa.
O caso envolve acusações de tráfico de drogas, cárcere privado e suposta atuação em uma seita religiosa, com o uso de cetamina no ambiente do salão. No entanto, a defesa sustenta que não há elementos suficientes para manter a narrativa acusatória.
Outro ponto levantado pela defesa diz respeito à tramitação do processo. Os laudos toxicológicos, embora concluídos desde junho de 2024, só foram anexados aos autos em novembro – pouco antes da sentença. Além disso, o total de substância apontado nos exames não ultrapassa 11ml, volume que, segundo a defesa, reforça o argumento de consumo pessoal e não de tráfico.
Com a nova prova audiovisual, os advogados esperam a reanálise do caso e consideram que o vídeo poderá reverter a condenação que classificam como desproporcional.
O Caso Djidja Cardoso, que mobilizou a opinião pública em 2024, segue com forte repercussão, agora com expectativa de novos desdobramentos no âmbito judicial.