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‘Centro’ de Manaus lidera registros de infecções por coronavírus

Centrão da cidade é foco de aglomeração impulsionado pelo comércio de rua da cidade

Relatório divulgado nesta segunda-feira (8) aponta que a região central de Manaus é a que concentra o maior número de infectados pelo coronavírus. A área da cidade aparece com uma média de 3.122 infectados por 100 mil habitantes, no levantamento realizado de março e 2020 a janeiro de 2021 pelo governo do Amazonas.

O Centro Antigo da capital amazonense é um dos mais movimentados com focos de aglomeração de pessoas devido o comércio de rua, a zona portuária – com saídas e chegadas de barcos de passageiros e cargas das cidades do interior do estado -, além da maior feira da cidade e do mercado central, Adolpho Lisboa.

A área de contaminação se estende pela região Centro-Sul, uma área de 35,5 mil metros quadrados, que engloba sete bairros e uma população de 185 mil moradores, de acordo com os últimos dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, o IBGE.

Entre esses bairros estão o de Santa Luzia (2.439), Distrito Industrial (1.854), São Francisco (1.450), Morro da Liberdade (1.387) e Aleixo, com 1.089 moradores.

A informações constam do balanço feito pelo governo do Amazonas sobre a situação epidemiológica da Covid-19 no estado. Segundo o diretor técnico da Fundação de Vigilância em Saúde (FVS-AM), Cristiano Fernandes, o relaxamento das pessoas, aglomerações, falta do uso de máscaras, álcool em gel e outros cuidados essenciais, foram as causas para a alta contaminação nessa área da cidade.

A apresentação teve a presença do governador do Amazonas, Wilson Lima, que reafirmou a necessidade do cumprimento do novo decreto que passa a valer a partir de hoje (8) com medidas restritivas no estado para conter a nova variante do coronavírus.

“O mundo todo tem voltado suas atenções para o Amazonas, por isso temos que buscas fluxos e protocolos para ter a situação sobre controle. Ela está presente (a variante) não apenas aqui, mas em outros estado e outros países”, disse o governador.

O estado continua na Fase Roxa a mais crítica da pandemia e apresenta estabilidade da média móvel de novos casos com redução de 7,7 %, mas ainda está alta nos últimos 14 dias.

O Amazonas tem a quinta maior taxa de transmissão do país – cada 100 infectados passam o vírus para outras 106 pessoas. A taxa de ocupação de leitos atual é de 92% (UTI) e 86% (clínicos). O estado está com uma desacelaração em torno de 8% (-15% em Manaus e de menos -1%, no interior).

Atualmente, 460 pacientes estão na fila da regulação a espera de um leito na rede pública estadual de saúde – 307 em Manaus e 153 no interior. Desses, 52 não são portadores do coronavírus e precisam de atendimento para outras patologias.

De outubro de 2020, o governo do estado ampliou o número de leito de 400 para 1400, 160 nas últimas duas semanas, no Hospital Delphina Aziz, Hospitla da Nilton Lins e Platão Araújo. O que aumentou a necessidade de mais oxigênio para atender essa demanda.

Do consumo diário de 15 mil metros cúbicos de oxigênio, antes da pandemia, o Amazonas passou a consumir 80 mil m3 e está próximo de 130 m3, pelas previsões da Secretaria de Saúde (SES-AM). O governo já instalou 22 usinas geradoras de gás hospitalar com capacidade de produzir 10 mil m3, de um total de 69 geradores.

Para manter o nível do oxigênio, medidas alternativas vem sendo tomadas como a vinda de uma balsa com 90 mil m3, que chegou neste final de semana do Pará, e de caminhões que trazem o produto da Venezuela.

O sistema de saúde amazonense removeu até o momento 519 pacientes para outros estados. Desse número, 189 receberam alta e 52 morreram, durante o atendimento em 18 cidades brasileiras.

Os casos de infecção por faixa etária em 2020, registraram maior frequência entre 20 e 59 anos (76%), uma idade onde estão pessoas economicamente ativas. Mais de 70% dos óbitos estão relacionados a vítimas acima de 70 anos.

A média de mortes caiu de 126 mortes por dia em janeiro, com uma desaceleração média nos últimos 14 dias para menos -41% no estado (Manaus 38% e interior -49%).

Uma reunião entre representantes que formam um comitê técnico de pesquisadores, grupos de especialistas da Fiocruz, Universidade de Brasília, Organização Pan Americana de Saúde (OPAS), está agendada para buscar respostas em relação a transmissão da nova variante e os impactos nos vacinados contra a Covid-19.

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