O pistoleiro de aluguel, Silas Ferreira da Silva, de 26 anos, preso acusado de matar o sargento do Exército e empresário, Lucas Ramon Guimarães, de 29, em setembro do ano passado, deu detalhes em depoimento à polícia sobre a negociação com os donos da rede de supermercados Vitória, para a execução do militar.
O assassino confesso disse aos investigadores da Delegacia de Homicídios e Sequestros (DHS) ter recebido uma primeira proposta foi de R$ 10 mil, que depois subiu para R$ 25 mil e acabou sendo finalizada em R$ 65 mil – R$ 5 mil pagos após a devolução da arma usada no crime.
Reportagem exclusiva da Rede Amazônica com o depoimento de Silas Fereira foi levada ao ar hoje e revela como foi tramada a morte de Lucas Ramon.
Na matéria, o pistoleiro confirma que fez toda a negociação com o gerente geral da rede Vitória, Romário Bentes, que segundo as investigações, teria procurado ele a pedido do casal de empresários proprietários do Vitória, Joabson Agostinho Gomes e Jordana Azevedo Freire. Os dois estão em prisão domiciliar por decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ).
Na reportagem, a delegada geral da polícia amazonense, Emília Ferraz, diz que o caso está praticamente encerrado com as provas recolhidas durante as investigações e os depoimentos dos envolvidos.
Para Ferraz, a morte do sargento começou a ser planejada quando o Joabson Gomes descobriu a traição de Jordana e escreveu mensagem para a mulher pelo pelo WhatsApp, que não iria deixar “isso barato”. A mensagem foi recuperada pelos investigadores e faz parte do inquérito.
“Ela tem culpa e participação no crime porque sabia o que poderia acontecer e não avisou a vítima. Ela se omitiu e não revelou para ele as intenções do marido traído. Então por si só, de certa forma, ela participou diretamente à medida que ela não alertou de uma possível retaliação do caso que eles tiveram. Ela não aceitou o fim do relacionamento com o sargento assim que ele soube que a esposa estava grávida”, disse a delegada.
Ainda de acordo com Ferraz, “a motivação do crime foi a descoberta por parte do marido, o autor intelectual do crime, de que sua esposa estava tendo um caso com o sargento. Então, desde que ele tomou conhecimento disso, e não só do caso, mas que também estaria desviando dinheiro da empresa do casal para dar para o seu amante. Então, diante dessa informação, o marido elaborou esse plano de vingança e veio a cometer esse homicídio”.
O chefe das investigações, delegado Ricardo Cunha, afirmou ainda que a recompensa oferecida pela família foi fundamental para a elucidação do caso.
Segundo ele, os R$ 40 mil oferecidos pelos pais do sargento ocasionou uma enxurrada de denúncias sobre a identidade do criminoso e a sua localização.
“Foram tantas denúncias pelo telefone particular que eles divulgaram que nós tivemos de ajudar no pagamento da recompensa informando quais foram as denúncias reais que ajudaram nas investigações que levaram ao criminoso”, falou Cunha.