
O governo federal exonerou Cesar Augusto Martinez do comando da Diretoria de Proteção Territorial da Fundação Nacional do Índio, (Funai), vinculada ao Ministério da Justiça e Segurança Pública.
A diretoria é responsável pela proteção de indígenas isolados, além de tratar de estudos e políticas de apoio a atividades de regularização fundiária, geoprocessamento, identificação e delimitação de terras indígenas. Martinez, que é delegado federal, será substituído por Elisabete Ribeiro Alcântara Lopes, que era assessora da Presidência da Funai.
A troca foi publicada no Diário Oficial da União (DOU) de ontem (8) em portarias assinadas pela Casa Civil da Presidência da República e ocorre na mesma semana do desaparecimento do jornalista inglês Dom Phillips, colaborador do jornal The Guardian, e do indigenista e servidor da Funai Bruno Araújo Pereira na Amazônia brasileira.
Eles desapareceram no Vale do Javari, no Amazonas, próximo à fronteira com o Peru, no último domingo (5), segundo divulgado pela organização União dos Povos Indígenas do Vale do Javari (Univaja).
O caso ganhou repercussão internacional também pela atuação do servidor em projeto de vigilância de aldeias indígenas contra exploradores e narcotraficantes.
O desaparecimento, que está sendo investigado pela Polícia Federal, preocupa as autoridades por acontecer poucos dias após os dois receberem ameaças.
Segundo nota da Univaja, ambos desapareceram quando faziam o trajeto entre a comunidade Ribeirinha São Rafael até a cidade de Atalaia do Norte.
O presidente Jair Bolsonaro disse na terça-feira (7), que o indigenista e o jornalista inglês podem ter sido executados. Bolsonaro afirmou duas vezes que “tudo pode acontecer” nessa região, classificada por ele como “selvagem”, e classificou como “aventura” da dupla.
“O que nós sabemos, até o momento, é que no meio do caminho (eles) teriam se encontrado com duas pessoas, que já estão detidas pela Polícia Federal, estão sendo investigadas. E realmente duas pessoas apenas num barco, numa região daquela, completamente selvagem, é uma aventura que não é recomendável que se faça. Tudo pode acontecer. Pode ser um acidente, pode ser que eles tenham sido executados. A gente espera e pede a Deus para que sejam encontrados brevemente”, afirmou Bolsonaro ontem em entrevista ao SBT News.


