
O secretário de Segurança Pública do Amazonas, Carlos Alberto Mansur, afirmou, ontem (8) em coletiva de imprensa em Manaus, que até o momento, não há “indícios fortes de crime” no desaparecimento do jornalista Dom Phillips, colaborador do jornal britânico The Guardian, e do indigenista Bruno Araújo Pereira, servidor licenciado da Fundação Nacional do Índio (Funai). As buscas e as investigações continuam, agora com um gabinete de crise criado pelas forças de segurança.
Eles foram vistos pela última vez no domingo (5), no Vale do Javari, no Amazonas, na divisa entre o Brasil e o Peru. Eles faziam um trajeto entre a comunidade ribeirinha São Rafael e Atalaia do Norte.
A região do Vale do Javari é a segunda maior terra indígena do Brasil, equivalente ao território de Portugal, com pouco mais de 90 mil quilômetros quadrados.
O acesso ao local é considerado difícil pelas autoridades, o que dificulta as buscas pelos desaparecidos. Atuam na área cerca de 250 agentes da Polícia Federal, integrantes da Marinha, Exército, Polícias Militar e Civil do Amazonas.
O servidor afastado da Funai sofria ameaças de garimpeiros que atuam em terras indígenas. O jornalista recebeu no ano passado uma bolsa da Fundação Alicia Patterson, dos EUA, para investigar a preservação e a conservação da Amazônia.