
Generais próximos ao ex-comandante do Exército, Júlio César de Arruda, irritaram-se com duas atitudes do recém-iniciado governo Lula.
Primeiro com o fato de José Múcio, ministro da Defesa, ter conversado com Alexandre de Moraes sobre a indicação de Arruda para o posto. A impressão desses generais é que Múcio, visto com bons olhos no Exército, errou ao tratar sobre Forças Armadas com o ministro do STF.
“Eu fui ao Alexandre (de Moraes) dizer que me responsabilizava pela minha escolha. E tenho absoluta certeza que fiz o certo”, afirmou Múcio, na ocasião, em entrevista à GloboNews.
O outro fator que também irritou generais partiu do próprio Lula. Trata-se de uma declaração dada por ele em um café da manhã com jornalistas. Disse o chefe do Executivo:
“As Forças Armadas não são poder moderador como pensam que são. As Forças Armadas têm um papel na Constituição, que é a defesa do povo brasileiro e da nossa soberania contra possíveis inimigos externos”.
Apesar da abrangência do termo Forças Armadas, a mensagem foi um recado ao comandante do Exército, que foi trocado ontem à noite (21), general Tomás Miguel Ribeiro Paiva.
Desde que saiu da cadeia, o petista tem subido o tom com as Forças Armadas. Recentemente, contudo, os comentários têm sido mais frequentes. Lula revelou não ter confiança em parte dos militares. Esse sentimento levou o chefe do Executivo a manter em sua segurança agentes da Polícia Federal, em vez da equipe do Gabinete de Segurança Institucional.