Apesar da presidente do Tribunal de Justiça do Amazonas (TJAM), Nélia Caminha Jorge, ter ordenado, na terça-feira (13), a liberdade do delegado de Polícia Civil Regis Cornélius Celeghini, preso após denunciar o juiz de Carauari Jânio Tutomu Takeda por corrupção, ele se recusou a deixar a carceragem da Delegacia Geral da Polícia Civil, em Manaus, onde está sob custódia, desde o último dia 8.
Mesmo com a decisão judicial, o delegado optou por permanecer na cadeia apesar da presença da Oficial de Justiça, Ivelise Andrade, que cumpria a ordem da juíza, e pediu autorização para arrombar a cela e retirar o delegado a força.
“O delegado Regis Cornelius Celeghini Silveira se recusava a abrir o local onde estava. Depois de muita conversa, o mesmo continuava se recursado e foi pedida a autorização para arrombar a porta, o que foi feito. Ele continuava a não querer deixar a delegacia. Depois de muita conversa, ele aceitou a deixar a cela, só assim foi feito conforme despacho’, escreveu a oficial em certidão positiva.
A defesa do delegado em sua representações alegou que “a prisão era totalmente arbitrária e ilegal, realizada de forma parcial, vez que a vítima, em tese, é a própria autoridade coatora”.
O delegado foi preso a mando do juiz Takeda que atribuiu a ele os crimes de desacato, injúria, denunciação caluniosa, desobediência a ordem judicial, abolição violenta do estado democrático de direito, e obstrução ao livre exercício da atividade judiciaria.
O Sindicato dos Delegados de Polícia Civil do Amazonas (Sindepol-AM) emitiu nota classificando a detenção de Regis Cornelius Celeghini Silveira, titular da 65ª Delegacia Interativa de Polícia (DIP) de Carauari (a 788 quilômetros de Manaus), de “arbitrária e ilegal”.
A confusão ocorreu e foi registrada em vídeos, que passaram a circular nas redes sociais, desde o último dia 7, no município do interior do Estado, onde ambos envolvidos atuam. De acordo com nota de repúdio, o Sindepol-AM afirma que pretende acionar os meios jurídicos legais para reverter a prisão do delegado.
“O Sindepol-AM, no cumprimento de seu dever institucional, vem atuando no resguardo da garantia de seu filiado, utilizando dos mecanismos jurídicos cabíveis para acessar a evidente ilegalidade perpetrada pelo magistrado”, diz trecho da nota. Leia a íntegra a seguir.