Até o momento a PF tem a certeza que 976 autoridades foram hackeadas. Na lista: presidente, senadores, ministros, juízes, delegados

Não eram só as autoridades da Lava-Jato que estavam na mira dos hackers que expuseram mensagens para tentar minar a operação: a PF descobriu que a República foi hackeada e, agora tenta saber quem está por trás do esquema
A lista completa de autoridades hackeadas pelos estelionatários presos pela PF tem 976 nomes, incluindo Sergio Moro, Jair Bolsonaro, ministros do STF e do STJ, Raquel Dodge, Rodrigo Maia e Davi Alcolumbre.

Os nomes devem ser divulgados ainda segundo a PF com calma e após o fim das investigações. Por enquanto cabe ao Ministro Sérgio Moro avisar as autoridades, vítimas dos bandidos da internet, que também foram clonados.
PF afirma que material hackeado será ‘preservado’ até definição da Justiça
A Polícia Federal afirmou, nesta quinta-feira, 25, que “as investigações que culminaram com a deflagração da Operação Spoofing não têm como objeto a análise das mensagens supostamente subtraídas de celulares invadidos”.
“O conteúdo de quaisquer mensagens que venham a ser localizadas no material apreendido será preservado, pois faz parte de diálogos privados, obtidos por meio ilegal”, diz.
“Caberá à justiça, em momento oportuno, definir o destino do material, sendo a destruição uma das opções”.
afirma PF

Interlocutores, do ministro da Justiça tem defendido que o material não seja submetido à análise dos investigadores para que não haja nova violação de intimidade dos alvos dos hackers.
Sergio Moro também tem ponderado a pessoas próximas que o destino do conteúdo depende da análise de um juiz responsável pela investigação – no caso, Vallisney de Oliveira, da 10ª Vara Federal, que decretou a prisão de 4 suspeitos de envolvimento com os ataques.
Reação no Supremo
Após o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, informar a pelo menos um dos alvos do suposto grupo hacker que o material particular obtido seria descartado, o ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), disse que uma eventual destruição deve ser analisada pelo poder Judiciário, e não por um órgão administrativo.
“Isso aí é prova de qualquer forma. Tem que marchar com muita cautela. O ideal seria ter o crivo realmente de um órgão do Judiciário. E não simplesmente decidir no campo administrativo que poderá haver destruição de provas”, disse o ministro.
“O objetivo era anular condenações da Lava Jato”
Disse o Ministro Sérgio Moro sobre os hackers
Entenda a polêmica
Na tarde desta quinta-feira (25) o ministro Sérgio Moro teria garantido ao STJ que material obtido por hackers será “descartado”
A informação teria surgido por meio de nota divulgada também na quinta-feira (25) pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ) . A garantia teria sido feita em ligação do ministro Sergio Moro ao presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ), ministro João Otávio de Noronha.
Advogados criminalistas apontam que é normal o descarte de material decorrente de crime, da mesma forma que acontece com drogas apreendidas, por exemplo. No entanto, isso só aconteceria após elas serem periciadas e analisadas pela Policia Federal e por decisão judicial.
A assessoria do Ministério da Justiça informou que o conteúdo está preservado e que é a Justiça que vai definir o seu destino.
PF por outro lado, afirma que material hackeado será preservado até definição da Justiça. E que as investigações vão continuar.