
O Amazonas ficou entre os quatro estados com maior número de mulheres inscritas no primeiro alistamento militar feminino da história do Brasil.
Segundo dados divulgados pelo Ministério da Defesa nesta semana foram 2.334 candidaturas no estado, atrás apenas do Rio de Janeiro, São Paulo e Distrito Federal.
O dado integra o balanço oficial do governo federal sobre o alistamento de mulheres interessadas em seguir carreira nas Forças Armadas a partir de 2026.
Ao todo, 33.721 mulheres se inscreveram em todo o país, número 23 vezes superior às 1.465 vagas disponíveis para esta primeira seleção. A alta demanda revela o interesse crescente de brasileiras por uma carreira militar, antes restrita a concursos para oficiais e suboficiais.
O Rio de Janeiro lidera o ranking nacional, com 8.102 inscritas, seguido por São Paulo (3.152), Distrito Federal (2.368), Amazonas (2.334) e Pará (2.164). Na outra ponta, aparecem Tocantins (87), Acre (123) e Amapá (144). Catorze brasileiras também se alistaram fora do país.
As oportunidades estão distribuídas entre 29 cidades de 13 estados, incluindo Brasília. São 1.010 vagas para o Exército, 300 para a Aeronáutica e 155 para a Marinha.
Após a fase de inscrição, o processo segue com etapas de seleção geral, seleção complementar, designação e incorporação. As candidatas aprovadas ingressarão como soldados ou marinheiras-recrutas, com incorporação prevista para março ou agosto de 2026.
Esta é a primeira vez que mulheres podem se alistar voluntariamente ao completarem 18 anosm, até então, o alistamento era obrigatório apenas para homens.
O ingresso feminino dependia exclusivamente da aprovação em concursos públicos para cargos técnicos ou de carreira.
Com a nova regulamentação, o Ministério da Defesa informou que os quartéis que receberão mulheres já passaram por adaptações ou estão em processo de adequação.
Estão previstos investimentos de R$ 2 milhões para o próximo ano, com a instalação de sistemas de reconhecimento facial, reforço na segurança de alojamentos e construção de estruturas separadas, como banheiros e dormitórios. A medida também busca prevenir casos de assédio e violência institucional.
Atualmente, as mulheres representam cerca de 10% do efetivo militar brasileiro, aproximadamente 37 mil integrantes. A inclusão via alistamento voluntário representa um marco na política de gênero dentro das Forças Armadas.
O público masculino segue com alistamento obrigatório e registrou, neste ciclo, pouco mais de 1 milhão de inscritos. Só em São Paulo foram 271.589 candidaturas.