Abandonado, hotel que já recebeu reis, príncipes e chefes de Estado, continua com seu destino incerto depois de dois leilões onde seus vencedores não pagaram o valor do lance
O juiz Paulo Assed Estefan, da 4ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro, deve determinar um terceiro leilão nos próximos dias do Tropical Hotel Manaus, segundo o advogado do hotel, Pedro Santos, que representa a massa falida.
O magistrado é o mesmo que determinou a falência do empresário Eike Batista. O leilão deverá ser usado para pagar dívidas trabalhistas e de fornecedores, além de repassar recursos para os funcionários da extinta Empresa de Viação Aérea Rio-Grandense (Varig), que fazem parte da massa falida.
“O leiloeiro apresenta os dados até o fim da semana e o juiz determina a data do leilão. Tem um prazo de 30 dias para o edital e acredito que o leilão ocorrerá fim de outubro. Ou início de novembro”, disse.
Calotes – O primeiro leilão, no dia 16 de dezembro de 2019 foi arrematado pela Nyata Soluções, por R$ 120 milhões e não foi pago. Já o segundo no dia 11 de janeiro deste ano, com lance vencedor do ex-PM e empresário paulista Otacílio Soares, atingiu R$ 260 milhões – contudo Otacílio não pagou e o direito passou para o segundo colocado, a paraense Geretepaua Engenharia, uma agropecuária que atua em Óbidos (PA).
Nenhuma delas pagou o prometido e o leilão voltou à estaca zero. Nesses casos, o vencedor é obrigado a pagar uma multa de 20% do valor do lance. As dívidas do Tropical vão do INSS a FGTS, mas foi por falta de pagamento da conta de energia elétrica que ele fechou as portas em maio de 2019.
Os débitos trabalhistas do empreendimento ultrapassam R$ 20 milhões, segundo o Sindicato dos Empregados do Comércio Hoteleiro do Amazonas. Sem perspectiva, 380 ex-funcionários ainda lutam para receber verbas rescisórias do ex-maior complexo hoteleiro da região.
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