As expectativas do mercado financeiro se concretizaram e o Banco Central, pela quarta vez consecutiva, cortou em 0,5 ponto percentual e a taxa Selic caiu para 4,5% ao ano, a menor da história do país. No último encontro do grupo, quando a taxa básica de juros foi reduzida para 5% ao ano, o Copom afirmou que os indicadores de atividade econômica “reforçam a continuidade do processo de recuperação da economia brasileira”.
Surpreendendo um total de praticamente zero pessoas no mercado financeiro, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) renovou o piso histórico da taxa de referência usada para a cobrança de juros em empréstimos e financiamentos; e para a remuneração das aplicações financeiras realizadas no Brasil.
Diferentemente do que fez nas decisões recentes, em que já sinalizava com clareza o que faria na reunião seguinte, desta vez o Copom indicou que os próximos “continuarão dependendo da evolução da atividade econômica, do balanço de riscos e das projeções e expectativas de inflação”.
Ou seja, os próximos passos a serem tomados na política monetária parecem estar em aberto. Mais detalhes podem ser publicados na ata da reunião, que será publicada na próxima terça (17).
“O Comitê enfatiza que seus próximos passos continuarão dependendo da evolução da atividade econômica, do balanço de riscos e das projeções e expectativas de inflação”, diz o documento.
Juros básicos
A Selic é conhecida como taxa básica porque é a mais baixa da economia e funciona como forma de piso para os demais juros cobrados no mercado. A taxa é usada nos empréstimos entre bancos e nas aplicações que as instituições financeiras fazem em títulos públicos federais.
Em linhas gerais, a Selic é taxa que os bancos pagam para pegar dinheiro no mercado e repassá-lo para empresas ou consumidores em forma de empréstimos ou financiamentos. Por esse motivo, os juros que os bancos cobram dos consumidores são sempre superiores à Selic.
A taxa básica também serve como o principal instrumento do BC para manter a inflação sob controle, próxima da meta estabelecida pelo governo. Isso acontece porque os juros mais altos encarecem o crédito, reduzem a disposição para consumir e estimulam novas alternativas de investimento.
Quando o Copom aumenta a Selic, o objetivo é conter a demanda aquecida e isso causa reflexos nos preços, porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança. Já quando o Copom reduz os juros básicos, a tendência é que o crédito fique mais barato, com incentivo à produção e ao consumo.