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BR-319: obras em pontes ‘desabadas’ se arrastam por 505 dias

Nesta quinta-feira (15), o primeiro desabamento, ocorrido em 28 de setembro de 2022, da ponte sobre o Rio Curuçá, completa1 ano, 4 meses e 16 dias.

Mais de um ano e quatro meses após o desabamento de duas pontes na BR-319, no município de Careiro (a 86 quilômetros de Manaus), ainda não houve recuperação dos locais. No dia 28 de setembro, queda de ponte sobre o Rio Curuçá, no quilômetro 25, matou cinco pessoas.

No dia 8 de outubro, a ponte sobre o Rio Autaz Mirim, no quilômetro 12, também caiu.

Em uma das pontes, o quilômetro 25, foram construídas as bases, em concreto, para as novas colunas de sustentação.

No quilômetro 12, a travessia ainda é improvisada. Uma balsa é usada para a passagem de pedestres e veículos. Na chuva é preciso colocar pedras no acesso à rampa da balsa para nivelar o solo.

Em entrevista coletiva realizada no dia 26 de outubro de 2022, o diretor-presidente do Dnit, Antônio Leite dos Santos Filho estimou em um ano a recuperação das duas pontes.

No dia 8 de outubro caiu a segunda ponte, a exatos 494 dias (1 ano, 4 meses e seis dias).

Travessia da ponte sobre o Rio Autaz Mirim, no quilômetro 12, é de foma improvisada (Foto: Cleber Oliveira/AM ATUAL)

Sequência

O primeiro acidente ocorreu na manhã dia 28 de setembro de 2022. Cinco pessoas morreram e 14 ficaram feridas. No momento da queda, haviam sete carros fazendo a travessia.

No dia seguinte o Dnit anunciou que, em parceria com o Exército Brasileiro, uma ponte metálica. Em nota, o Dnit informou que “o objetivo é restabelecer o tráfego no local o mais rápido possível”.

“A Autarquia já tem uma empresa contratada e mobilizada para execução de desvios. O tráfego de veículos está interditado devido à ocorrência na estrutura da ponte sobre o rio Curuçá”, comunicou o Dnit, no dia 29 de setembro de 2022. Na noite do dia 8 de outubro de 2022 outra ponte, no quilômetro 12 da BR-319 caiu.

Riscos

Reportagem publicada pela Folha de S.Paulo no dia 11 de outubro de 2022, três dias após o desabamento da segunda ponte, mostrou que o Dnit sabia, há mais de nove meses, que os trechos da BR-319 estavam em “situação calamitosa”, com “riscos iminentes” aos motoristas e em situação de emergência.

O órgão dispensou licitação e contratou uma empresa do interior do Paraná para recuperar erosões em caráter emergencial no trecho da rodovia, no Amazonas, a um custo de R$ 33,8 milhões.

A empresa é a AGO Engenharia de Obras, sediada em Medianeira (PR). Além do contrato para cuidar das erosões, ela era responsável pela manutenção do trecho, em contratos que somam R$ 95 milhões.

Por falta de execução, os contratos de manutenção foram rescindidos pelo Dnit, 26 dias antes do desabamento das pontes. Uma nova empresa só foi contratada para serviços de manutenção em 21 de setembro, 19 dias depois das rescisões e uma semana antes da queda.

O contrato de recuperação das erosões também foi rescindido pelo órgão federal.

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