Servidores anunciam greve por morte de Bruno e Dom e exigem saída de presidente da Funai.

A decisão foi da juíza Jacinta Silva dos Santos, titular da Comarca de Atalaia do Norte. A prisão temporária será de 30 dias, prorrogáveis por mais 30.
A audiência de custódia foi realizada de forma híbrida- com a juíza, o investigado e o promotor de Justiça Elanderson Lima Duarte, participando presencialmente, no Fórum de Atalaia do Norte; com a defensora pública Jéssica Cristina Melo Matos, que assistiu o investigado, participando por videoconferência.
Além dele, estão presos por envolvimento na morte e na ocultação dos corpos os pescadores Oseney da Costa de Oliveira, conhecido como Dos Santos, 41, e Amarildo da Costa Pereira, o Pelado, também de 41 anos. Ambos confessaram o crime.
“Pelado da Dinha”, se entregou na sexta-feira (17), após a Polícia Federal divulgar que ele estava sendo procurado pelo envolvimento nas mortes.
O delegado afirmou que, segundo as investigações, Jeferson tem participação direta no caso, desde a emboscada até a ocultação dos corpos. “Conforme todas as provas, todos os depoimentos colhidos até o momento, ele estava na cena do crime e participou ativamente do duplo homicídio ocorrido”, disse.
Greve Funai
Uma greve geral foi anunciada para a próxima quinta-feira (23), por servidores da Funai em todo o país. De acordo com a categoria, a paralisação tem duas motivações.
Uma delas é pressionar as autoridades para que todos os envolvidos nos assassinatos do indigenista Bruno Pereira e do jornalista Dom Phillips sejam presos.

A outra é a saída do atual presidente do órgão, Marcelo Xavier: “Manifestaremos nossa profunda tristeza e indignação pelo assassinato bárbaro do nosso colega Bruno Pereira e do jornalista Dom Phillips e exigiremos a devida identificação e responsabilização de todos os culpados.
Exigiremos, ainda, a saída imediata do Presidente da Funai, Marcelo Xavier, que vem promovendo uma gestão anti-indígena e anti-indigenista na instituição”, declara a Indigenistas Associados (INA), associação de servidores da fundação.
Os servidores criticam a gestão de Xavier, que é da bancada ruralista e está no comando da Funai desde 2019. As decisões polêmicas de demissões em massa, inclusive a de Bruno Pereira, e a denúncia de intimidação aos servidores estão no cerne do movimento contra ele.
Além disso, o presidente também já foi denunciado pelo Ministério Público Federal por improbidade administrativa. Isso porque ele quebrou um acordo judicial em que a Funai se comprometia a demarcar o território indígena Munduruku, em Santarém (BA).


