O laudo da polícia técnica e científica do Amazonas confirmou o depoimento do réu confesso Mayc Parede de que o engenheiro Flávio Rodrigues dos Santos, 40 anos, foi morto por ele fora do condomínio Passaredo, na Avenida do Turismo, na Zona Oeste de Manaus.
A perícia técnica da reconstituição do crime, ocorrido em 29 de setembro de 2019, reforçou o depoimento de Parede: “vamos deixar ele lá fora”, disse Parede na polícia. Em seguida concluiu:” coloquei ele no banco de trás do veículo, joguei meu corpo sobre ele e amarrei com uma fita vermelha imobilizando”.
O laudo de 62 páginas informa ainda que o engenheiro estava consciente quando foi levado do condomínio e foi filmado pela câmera de segurança da portaria na saída. Mas o trabalho dos peritos não é conclusivo e apresenta várias contradições. Entre uma delas se ele já estava ferido quando foi transportado para o local onde foi encontrado morto.
De acordo com o documento, Flávio Rodrigues foi arrastado ’em superfície àspera e foi asfixiado”, o que pode ter ocorrido no terreno baldio de terra batida. No depoimento do laudo, Mayc Parede afirma que o PM Elizeu Da Paz, que dirigia o carro, mandou soltar a vítima quando chegou no terreno às margens da Estrada do Tarumã, mas quando foi cortar a fita o engenheiro reagiu e lutou com ele acabando esfaqueado.
Parede afirma que o objetivo da ida dele e de Da Paz até a casa de Alejandro Valeiko onde estava acontecendo uma festa era para dar um susto no filho da primeira-dama de Manaus “para que parasse de consumir drogas em excesso e se metesse em confusão”.
A ideia era simular um assalto ou sequestro, mas, segundo eles, a situação fugiu do controle durante a ação. Flávio Rodrigues reagiu e resistiu aos dois que estavam encapuzados, foi imobilizado e retirado da casa até aparecer morto no dia seguinte.
Dos cinco envolvidos no assassinato do engenheiro, dois acusados estão presos. Mayc Paredes está em uma unidade prisional e o Policial Militar está no Núcleo Prisional da Polícia Militar.
Os outros estão soltos: Alejandro Valeiko está fora da cadeia e, segundo a Justiça, cumpre medidas cautelares. Paola Valeiko (irmã de Alejandro), denunciada por fraude processual, por ter limpado a casa antes da chegada da perícia e José Edvandro Júnior, que responde por denúncia caluniosa, por conta de uma primeira versão, de invasão à casa, contada em boletim de ocorrência.
O laudo também aponta que exames realizados no veículo e nas amostras de sangue coletadas no interior ddo carro sugerem que Flávio foi ferido e/ou transportado ferido sobre o assento traseiro, o que foi objeto de procedimento de limpeza. No depoimento, Mayc afirmou que Flávio não estava ferido no momento em que ele foi colocado no carro.
Ainda de acordo com as investigações, o PM da Paz, que estava lotado na Casa Militar da Prefeitura de Manaus e, conforme investigações, seria segurança de Alejandro, dirigia carro, um Corolla prata, alugado pela Prefeitura. O caso também está no Ministério Público Estadual, que apura se houve improbidade administrativa por parte do prefeito Arthur Virgílio Neto para beneficiar o enteado.
