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Casos de esporotricose humana crescem 57% no Amazonas;sintomas e tratamento

Os casos de esporotricose humana confirmados entre janeiro e outubro de 2024, no Amazonas, já superam em cerca de 57,3% o total registrado em todo o ano passado. Os dados são do boletim mais recente da Fundação de Vigilância em Saúde do estado, desta semana.

Em números exatos, entre 1º de janeiro e 31 de outubro deste ano, forma confirmados 999 casos da doença em todo o estado. Em todo o ano de 2023, a FVS registrou 635 casos, conforme o último boletim divulgado em 2023.

A esporotricose é uma infecção por fungos do gênero Sporothrix, que vive naturalmente no solo, em cascas de árvores e na vegetação em decomposição, podendo infectar humanos, gatos, cães e outros mamíferos.

Do total de casos em 2024 até o momento, 959 foram confirmados em Manaus e 40 casos foram confirmados em outros quatro municípios:

  • Presidente Figueiredo: 28 casos
  • Barcelos: 7 casos
  • Urucurituba: 4 casos
  • Careiro: 1 caso

Nos animais, costumam aparecer lesões que liberam secreções e formam crostas, mas que não cicatrizam, em especial na face, orelhas, nariz e membros. Em casos mais graves, acometem o sistema respiratório desses animais.

Havendo suspeita de esporotricose, o animal deve ser levado imediatamente ao veterinário para diagnóstico e tratamento.

Nos humanos, as lesões se apresentam em formato de nódulos isolados ou enfileirados ou feridas. Em seres humanos, normalmente a infecção é benigna e se limita à pele. As regiões mais acometidas são as que ficam mais expostas, como face, braços, mãos, pernas e pés. Raramente ocorre cura espontânea e os casos costumam demandar tratamento prolongado.

Há casos mais raros, em que a doença pode acometer outros órgãos, por disseminação na corrente sanguínea, estando associados a pessoas com baixa imunidade.

Após a introdução do fungo na pele, há um período de incubação, que pode variar de poucos dias a 3 meses, podendo chegar a 6 meses. Somente após este período as feridas se manifestam.

HUMANOS

Qualquer pessoa que tenha feridas que não cicatrizam, ou tenha tido contato com gatos, cães e outros animais com lesões de pele, devem procurar a policlínica de referência do seu local de moradia para receber o diagnóstico e iniciar o tratamento, que é realizado com medicamento por via oral.

O critério de cura será de acordo com a evolução clínica, considerando a recuperação completa da lesão e regressão dos nódulos. Após este período, o tratamento ainda deve ser mantido por 3 a 4 semanas.

Enfrentamento

No Amazonas, o número de casos confirmados da doença registra aumento desde 2022, quando foram confirmados 338 casos. Comparado a 2024, houve um crescimento de 153%.

Para o enfrentamento e monitoramento da doença em meio a este cenário, foi estabelecido um grupo de trabalho com diferentes unidades de saúde e meio ambiente do estado.

“A FVS faz parte de um grupo técnico junto com demais instituições de saúde e do meio ambiente onde realiza ações de prevenção e propagação da doença” explicou a gerente de vigilância epidemiológica da FVS-RCP, Lilian Furtado.

Transmissão da doença

A transmissão para humanos ocorre pela implantação do fungo na pele ou mucosa, por meio de contato com espinhos, palha ou lascas de madeira que estiveram em contato com vegetais em decomposição contaminados pelo fungo.

Os animais também podem transmitir a doença para humanos e outros animais por meio de arranhadura, mordedura ou lambedura e pelo contato com secreções respiratórias e lesões na pele e mucosas. Em caso de suspeita de esporotricose animal, a orientação é levar o animal ao veterinário, com urgência.

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