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Concessionários da Hidrovia do Madeira poderão cobrar pelo transporte de carga

A Hidrovia do Rio Madeira é a principal porta de entrada de insumos para o Polo Industrial de Manaus e de transporte de alimentos que abastecem a mesa dos amazonenses, além de garantir exportações de soja e milho

O Ministério dos Portos e Aeroportos e a Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq) confirmaram, nesta segunda-feira (25), que os futuros concessionários de hidrovias, como a do Rio Madeira, que liga os estados de Rondônia e Amazonas – vão poder cobrar dos usuários depois que fizerem os investimentos previstos no edital de concessão.

“A ideia é que a carga só comece a pagar quando tiver benefício oferecido. Não começa a pagar do dia zero da concessão”, afirmou o diretor-geral da Antaq, Eduardo Nery em entrevista para a agência Infra.

“E o benefício é ter maior eficiência operacional, é levar mais carga. Não pode pagar se não tiver benefício. É condição sine qua non”, completou.

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A Hidrovia do Madeira é a principal porta de entrada de insumos para as fábricas do Polo Industrial de Manaus via de escoamento dos produtos acabados. Além disso, é por ela que chegam a maioria dos alimentos que abastecem a mesa dos amazonenses e ainda garante as exportações de soja e milho de produtores de Roraima.

“Cobrança por transporte de carga nessa hidrovia tem impacto na formação do preço do frete e por conseguinte em toda a cadeia sequencial”, diz a operadora de Logística Claudia Nascimento. O impacto, contudo, só será sentido após o início da cobrança.

O Ministério de Portos e Aeroportos e a agência decidiram fazer os estudos para realizar pelo menos seis concessões hidroviárias no país nos próximos anos. E uma das que está em estudo é a do Rio Madeira, que liga Rondônia ao Amazonas.

Segundo Nery, essas concessões só fazem sentido se puderem reduzir os custos de transportes para os usuários finais e, com isso, ampliar o volume de carga transportado pelos rios, que tem o custo médio por quilômetro transportado e níveis de emissões mais baixos que os de outros modais.

“O preço tem que ser bem baixo porque está se transportando commodities, grandes volumes. Se não tiver um valor baixo, o modal não será competitivo e inviabilizará nossa commodieites“, continuou o diretor.

Viabilidade do Rio Madeira

No caso da Hidrovia do Madeira, que é uma das seis que estão com estudos em andamento na agência e no ministério, Nery diz que há carga consolidada para fazer as avaliações.

Neste caso, a carga transportada pelo Rio Madeira, essencialmente commodities, como soja e insumos chineses para o Polo Industrial de Manaus, paga os investimentos a serem feitos para a melhoria das hidrovias.

“Mas a gente também está tentando algum tipo de aporte (estatal) para diminuir ainda mais [as tarifas]”, disse o diretor. “A carga tem que não só suportar, como apoiar a concessão, vendo o benefício no valor pago e a contrapartida que ela vai receber, com uma navegação mais eficiente, mais perene, com restrições eliminadas”, completou.

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