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Conselheiros protocolam pedido de impeachment contra Augusto Melo no Corinthians

Augusto Melo volta a ser pressionado por conselheiros do Corinthians — Foto: Marcos Ribolli

Um grupo de 90 conselheiros protocolou nesta segunda-feira (26), no Parque São Jorge, um requerimento pedindo a abertura do processo de impeachment contra o atual presidente do Corinthians, Augusto Melo. O documento foi endereçado a Romeu Tuma Jr., presidente do Conselho Deliberativo do clube.

O grupo que assina o pedido de impeachment conta com membros de diferentes alas da política alvinegra e se classifica como “apartidário”. Para fundamentar a solicitação de destituição de Augusto Melo, os signatários se embasam em artigos do estatuto do clube, da Lei Geral do Esporte e da Lei 9.613, datada de 1998.

Entre os conselheiros que decidiram aderir ao movimento aparecem nomes importantes da política corintiana, como o ex-presidente Mário Gobbi, que comandou o clube entre 2012 e 2015. No documento, os principais questionamentos contra Augusto Melo são sobre a intermediação do contrato de patrocínio com a VaideBet, rompido em junho por iniciativa da casa de apostas.

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Entre os fatos citados estão declarações de Rubens Gomes, ex-diretor de futebol, e o depoimento de Alex Cassundé, sócio da empresa responsável pela intermediação do contrato, à Polícia Civil, no qual conta sobre como chegou a ter o nome firmado no contrato para receber R$ 25 milhões até o fim de 2026.

O empresário afirmou, no depoimento às autoridades, que não cobrou pelo serviço de intermediação. Segundo ele, o pagamento de comissão foi confirmado somente nas vésperas da assinatura do contrato entre Corinthians e VaideBet.

O grupo ainda relata o depoimento de Armando Mendonça, segundo vice-presidente do clube, para reclamar de uma possível omissão de Augusto Melo no caso da intermediação da VaideBet.

Mendonça diz que avisou Augusto Melo sobre a suspeita do uso de um laranja por parte da agência de Alex Cassundé após o recebimento de R$ 1,4 milhão do dinheiro da intermediação. Este caso é investigado pela Polícia Civil e veio a público no Blog do Juca Kfouri.

Outro caso citado no pedido de impeachment ocorreu em Belo Horizonte, onde Augusto Melo se desentendeu com um torcedor do Cruzeiro, que denunciou o dirigente na delegacia do estádio do Mineirão.

Segundo o rito estatutário, Romeu Tuma Jr. tem cinco dias para encaminhar o requerimento para a Comissão de Ética do Corinthians, que daria andamento ao processo. Augusto Melo, caso o processo vá adiante, teria a oportunidade de se defender das acusações e só poderia ser destituído do cargo após votação em sessão extraordinária do plenário do Conselho Deliberativo.

Mesmo que o Conselho aprove o impeachment, a saída do presidente precisa ser referendada pelos sócios do clube. A reportagem procurou Augusto Melo para se pronunciar, mas não teve resposta até a publicação. Assim que receber uma posição do presidente, o texto será atualizado.

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