
Mais que uma disputa entre seleções municipais, a Copa da Floresta é um movimento que transforma o futebol em ponte entre comunidades, talentos, oportunidades e sonhos.
Organizada pela Federação Amazonense de Futebol (FAF), a competição percorre os quatro cantos do Amazonas e dá visibilidade a homens e mulheres que mantêm viva a essência do futebol raiz.
Em 2025, a Copa da Floresta reunirá 52 seleções municipais, mais de dois mil atletas inscritos, partidas em 37 municípios sedes e percorrerá mais de 50 mil km de julho a outubro.
A abertura está marcada para o dia 5 de julho, em Manicoré (391km de distância da capital), no Estádio Flávia Brandt de Oliveira, o Bacurau, com o duelo entre a seleção da casa e Borba.
A cerimônia contará com a presença do presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Samir Xaud, do presidente da Comissão Nacional de Arbitragem, Rodrigo Martins Cintra, e do presidente da FAF e vice-presidente eleito da CBF, Ednailson Rozenha.
Missão e futebol Para o mandatário da FAF, Ednailson Rozenha, a Copa da Floresta é a expressão mais autêntica da missão da entidade, é levar futebol com dignidade, estrutura e respeito aos lugares onde quase ninguém ousa chegar.
Delegações
A FAF envia delegações a todos os jogos, independentemente do local ou distância. A equipe que se desloca para os duelos é formada por: um delegado, quatro árbitros, um profissional de logística e um de comunicação.
Todos os jogos seguem um protocolo que é seguido à risca, com placa, entrada das equipes, posicionamento da imprensa que é credenciada e identificada. Para os estádios receberem jogos, precisam oferecer segurança aos envolvidos, portanto, tem que ter alambrado, cabines de transmissão e sala dos árbitros, além de segurança policial e ambulância com profissionais de saúde.
A grandeza do futebol no Amazonas mais profundo
Desde sua criação, a Copa da Floresta cresce em estrutura, alcance e credibilidade. Em 2023, a abertura foi no município metropolitano, Presidente Figueiredo e a final, em Urucurituba, com vitória da seleção de Tefé sobre a anfitriã.
A partida foi conduzida por uma escala de arbitragem totalmente feminina, com a renomada Edina Alves no apito. Já em 2024, a competição teve seu ponto alto em Fonte Boa, onde a seleção da casa enfrentou Silves na grande final e, novamente, a visitante levou o troféu de campeã.
Com arbitragem sob os comandos de Anderson Daronco, os habitantes da cidade se comoveram para recebe-lo desde o aeroporto até a praça pública em uma motociata, firmando que o espetáculo é dentro e fora das quatro linhas.
Além dos shows pirotécnicos e placas de led nas aberturas e encerramentos desde a primeira edição, que encanta os povos locais.
A entidade leva ao público, o gosto do futebol internacional, visto na Champions League, Mundial de Clubes, entre outros, dando a oportunidade daqueles que assistem pelas telas verem ao vivo a grandeza do futebol profissional, na sua maior essência baré.
Os holofotes A competição também vem ganhando destaque na imprensa tanto local quanto nacional. Todos os anos, o presidente da Federação, Rozenha, leva os profissionais para participarem e cobrirem o evento, independentemente da distância e oferece todas as condições aos profissionais, desde o transporte, hospedagem e alimentação.
Ainda na primeira edição, a TV Globo esteve presente na final, em Urucurituba, e exibiu uma reportagem especial em horário nobre, no dia 26 de fevereiro, no Esporte Espetacular.
A equipe acompanhou de perto a rotina de três personagens: um jogador de Tefé que cruzou o estado para a grande final, e dois irmãos gêmeos de Urucurituba que dividem a vida de pecuarista com a paixão pelo futebol.
História
Em 2024, a final entre Fonte Boa e Silves marcou um capítulo inédito na história da comunicação esportiva amazonense. Pela primeira vez, duas mulheres dividiram a narração de uma competição local em emissora aberta. Luciana Mariano, que há 27 anos se tornou a primeira mulher a narrar uma partida de futebol na TV brasileira, foi enviada pela ESPN para acompanhar a Copa da Floresta.
Ao seu lado, Suelen Gonzaga, narradora da TV Encontro das Águas, fez história ao se tornar a primeira mulher a narrar uma partida de futebol na televisão aberta amazonense. Juntas, elas levaram a emoção da floresta ao país inteiro, rompendo barreiras e ampliando as vozes femininas no futebol.
Em 2025, para a abertura desta edição, mais de 50 profissionais de imprensa vão desembarcar nesta sexta-feira (4) em Manicoré para, mais uma vez, testemunharem o talento do povo do Amazonas mais profundo. Lá vão encontrar também outros comunicadores.
São esperados mais de 80 profissionais. A TV Encontro das Águas tem os direitos de transmissão do confronto inaugural entre Manicoré e Borba.