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Covid:China se prepara para 65 milhões de casos por semana

Nova onda de Covid-19 na China pode levar a 65 milhões de casos semanais,  estima cientista

Zhong Nanshan, um dos principais especialistas da China em doenças respiratórias, disse que as autoridades preveem um novo pico de Covid-19 que vai infectar 65 milhões de pessoas por semana em todo o país. E isso deve acontecer daqui a um mês, no final de junho.

A nova onda –já esperada, segundo Zhong– começou em abril, quando a Covid voltou a superar a gripe comum como principal doença infecciosa na China. Já nesta última semana de maio, os casos devem superar a marca de 40 milhões de infecções semanais.

O aviso de Zhong, em alguma medida, confirma relatos que vinham se multiplicando nas redes sociais, em plataformas chinesas como o Weibo e em americanas como o Twitter. As publicações apontavam indícios de que o coronavírus está de volta à circulação na China e ganharam força com imagens de Xi Jinping.

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Em 10 de maio, por exemplo, a agência estatal de notícias Xinhua mostrou a visita do dirigente chinês a Xiong’an, uma “cidade do futuro” em construção cem quilômetros ao sul de Pequim. Nas fotos, Xi e toda a sua comitiva usavam máscaras de proteção.

Dois dias depois, em Shijiazhuang, o dirigente e seu entorno novamente protegiam boca e nariz com o item de segurança durante visita a um salão de exposições de uma futura indústria biomédica.

Mesmo em eventos oficiais em que Xi apareceu sem máscara, como ao receber na quarta-feira (24) o premiê da Rússia, Mikhail Michustin, em Pequim, chama a atenção o fato de todas as pessoas presentes ao redor das longuíssimas mesas do Grande Salão do Povo estarem usando o equipamento.

Soma-se a isso a repercussão do cancelamento em sequência, com avisos de última hora e sem explicação, de diferentes eventos públicos, como uma convenção de empresários de tecnologia em Xangai, em 14 de maio, e um festival de música popular nos arredores de Pequim, em 20 de maio.

Zhong, consultor do governo para Covid-19 desde o início da pandemia, falou numa conferência em Guangzhou acompanhada pelo jornal Pengpai Xinwen (The Paper), de Xangai. Segundo ele, a estratégia chinesa de controle, antes voltada à prevenção das infecções, foi ajustada para prevenir doenças graves, porque a própria infecção pelas subvariantes XBB da ômicron se tornou difícil de evitar.

Novas vacinas

Junto com o aviso da nova onda, Zhong salientou que duas vacinas chinesas que podem combater as cepas mutantes XBB, hoje dominantes mundialmente, foram aprovadas de forma preliminar e estarão disponíveis “em breve”. Outras três ou quatro estariam a caminho para aprovação.

“Na pesquisa de vacinas mais eficazes, podemos ficar à frente do mundo”, ele teria dito, ao comentar a importância do desenvolvimento de imunizantes chineses específicos para as subvariantes XBB.

O Centro de Controle e Prevenção da China identificou o primeiro caso de XBB.1.5 há cerca de três meses e outras subvariantes, como XBB.1.9.1 e XBB.1.16, em abril.

Se 65 milhões de novas infecções por semana previstas para a China são expressivos, importante lembrar que o pico registrado em 20 de dezembro de 2022 foi de 37 milhões de casos diários. Na ocasião, a Covid zero dava seus últimos suspiros.

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