O juiz da Comarca Município de Carauari – 787 km de Manaus -, Jânio Tutomu Takeda decretou, na tarde desta quinta-feira (9), a prisão preventiva do delegado Régis Celeghini, titular da 65ª Delegacia Interativa de Polícia (DIP), que foi algemado e transferido para a capital amazonense escoltado por agentes da Secretaria de Segurança do Amazonas.
Pela manhã o delegado trabalhou normalmente na delegacia e a tarde teve o mandado do magistrado cumprido pelos colegas da Polícia Civil. Ele deixou a delegacia algemado direto para o aeroporto, onde embarcou para Manaus e está preso em um das celas da Delegacia Geral da corporação, no bairro Dom Pedro, em frente ao Sambódromo.
Em sua decisão, Takeda atribuiu ao delegado os crimes de “desacato, injúria, calúnia, desobediência a ordem judicial, abolição violenta do estado democrático de direito e obstrução ao livre exercício da atividade judiciaria”.
De acordo com o Código Penal Brasileiro, o crime de abolição violenta do estado democrático de direito tem pena prevista de 4 a 8 anos de reclusão.
O caso
Durante inspeção judicial, comandada pelo magistrado, na delegacia de Carauari, na terça-feira (6) O delegado então iniciou uma filmagem e em seguida disse que o havia denunciado o Jânio Tutomu Takeda junto ao Ministério Publico por situações que, para ele, configuram crimes. Foi então que o magistrado deu voz de prisão a Régis Celeghini, com o mandando de prisão saindo apenas nesta quinta-feira – veja o vídeo.
Na denúncia encaminhada ao MP, o delegado relata que em dezembro de 2023 chegou à cidade de Carauari e começou a realizar a transição para assumir o DIP do município. Em 2 de janeiro deste ano, ele realizou uma inspeção nos locais de abrigamento de presos e carceragens anexas à Delegacia e durante a ação teria encontrado um preso portando um celular.
Ao ser questionar o detento, o delegado teria ouvido que o apenado prestava serviços na casa do magistrado e que o mesmo teria recebido ordem para que continuasse com o celular, a fim de atender os chamados do magistrado.
O delegado disse ao magistrado que ele é o maior agente de corrupção da cidade – veja o vídeo. Na ocasião, o juiz perguntou se ele estava sendo acusado de corrupção e em seguida deu voz de prisão ao policial.
Em nota oficial, o corregedor-geral do Tribunal de Justiça do Amazonas (TJ-AM), Jomar Fernandes, determinou de imediato a instauração de procedimento administrativo preliminar de apuração no sistema PJECOR, a fim de investigar os fatos em questão e a ocorrência de eventual infração disciplinar.