A empresa de ônibus de Mato Grosso Flecha Tur, que teve veículo apreendido após os ataques de 8 de janeiro, diz que alugou o mesmo veículo dias antes para que petistas viajassem a Brasília para participar da posse de Lula (PT).
A empresa afirma também que um outro veículo de sua propriedade já havia transportado militantes do PT para a vigília Lula Livre, montada em frente à Polícia Federal em Curitiba, onde o hoje presidente da República esteve preso em razão da Operação Lava Jato.
A exemplo de outros donos de veículos retidos, a Flecha Tur pediu a restituição do automóvel a Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, e aguarda decisão desde o mês passado.
Empresas alegam que foram contratadas para a prestação de um serviço e reclamam de prejuízos com os ônibus parados. Moraes não respondeu.
O ônibus da Flecha Tur foi apreendido pela Polícia Rodoviária Federal em Sorriso (MT), após ordem de Moraes para que fossem retidos todos os veículos que levaram apoiadores de Jair Bolsonaro (PL) para a manifestação que culminou com a depredação das sedes dos três Poderes.
A empresa alegou no pedido ao ministro, de acordo com o advogado Reinaldo Ortigara, que seus proprietários não contribuíram para a ocupação e depredação de prédios públicos, não participaram de aglomeração em frente a quartéis e não incitaram nenhuma manifestação.
A Flecha Tur disse que atua “sem matizes ideológicos ou partidários”, conferindo a todos “igualdade de tratamento independentemente de sexo, raça, religião ou orientação política”.
Exemplo dessa conduta, segundo Ortigara, foi o transporte de apoiadores de Lula para a posse do petista em seu terceiro mandato. Foram incluídas no recurso enviado ao Supremo, disse ele, fotos de petistas de Mato Grosso em frente ao ônibus que foi apreendido.