Não está nos planos da Eletrobras reassumir a concessão de distribuição de energia no Amazonas, de acordo com Elvira Cavalcanti Presta, diretora financeira e de relações com investidores da companhia.
Segundo a executiva, trata-se de uma área complexa de concessão e requer avaliação mais detalhada do cenário companhia, que possui dívida acima de R$ 7 bilhões.
Elvira participou de entrevista coletiva com jornalistas sobre os resultados trimestrais. Também presente, o presidente da Eletrobras, Rodrigo Limp, reconheceu que a empresa possui exposição elevada à distribuidora, privatizada em 2018 e que a empresa precisa de “maior equilíbrio estrutural”.
Neste caso, segundo o executivo, a empresa debate com a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e com o Ministério de Minas e Energia (MME) a adoção de medidas regulatórias que ajudem na solução do passivo, que envolve compra de energia de produtores independentes, compra de combustível e encargos financeiros.
No primeiro trimestre, a Eletrobras provisionou R$ 1,23 bilhão “de forma prospectiva”, como afirmou Elvira mais cedo, em teleconferência com analistas, sendo R$ 867 milhões em dívidas sobre fornecimento de energia com a Eletronorte e R$ 359 milhões em passivo financeiro com a holding.
Limp contou ainda que a Eletrobras vem debatendo a adoção de medidas de gestão, como a adoção, pela distribuidora, de um programa de redução de perdas, que têm patamar muito elevado e afeta a sustentabilidade financeira.
Presta ressaltou que as provisões acumuladas relativas à Amazonas Energia somam R$ 3,552 bilhões, o equivalente a 49% da dívida total da distribuidora com a estatal.
Segundo ela, essas provisões são “prospectivas”. A dívida da Amazonas Energia com a Eletrobras soma R$ 7,185 bilhões. Presta acrescentou que a empresa tem R$ 546 milhões em dívida vencida de energia e R$ 218 milhões em multas.