Certificação sanitária de país livre da febre Aftosa concedida a regiões do Amazonas e mais 12 Estados, abre mercado europeu para carne brasileira

A condição de Estado livre da febre aftosa sem vacina dada as últimas áreas do Amazonas vai garantir um status sanitário para o gado brasileiro que lhe dará acesso aos mercados consumidores mais exigente do mundo.
Essas áreas do Amazonas, quase todas na região Sul do Estado, e outros 12 Estados que tiveram a mesma certificação, foram as últimas do País a terem o mais elevado grau de sanidade animal, quando os bovinos estão livres da doença sem a necessidade de vacinação anual.
Um evento conjunto dos ministérios da Agricultura e Pecuária (Mapa) e do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (MDIC), em Brasília, festejou essa certificação do gado brasileiro e destacou o acesso aos novos mercados da Europa e Ásia.
O anúncio da nova certificação de saúde animal foi feito pelo vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, ao lado do ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro.
A ação, que é parte do processo para o reconhecimento internacional pela OMSA, representa o fim do ciclo de vacinação, iniciado há mais de 50 anos e o reconhecimento da qualidade da produção pecuária nacional e da qualidade do Serviço Veterinário Oficial.
“É o início de um processo em que o Brasil troca de patamar com um grupo de elite sanitária mundial, que é muito mais difícil se manter nessa elite. Com toda a dedicação, com os estados, todo o sistema, envolvidos, vamos atingir mercados muito exigentes, mas muito recompensadores. Vamos poder vender pra Japão, Coreia do Sul, que são mais remuneradores e poucos países podem acessar. Ao se declarar livre da febre aftosa sem vacinação, o Brasil dá um passo importante”, destacou o ministro Fávaro.
Ao todo, mais de 244 milhões de bovinos e bubalinos em cerca de 3,2 milhões de propriedades deixarão de ser vacinados contra a doença, trazendo uma redução de custo direta, com a aplicação da vacina, de mais de R$ 500 milhões.
A última ocorrência da doença em território nacional foi em 2006, seguida da implementação de zonas livres, que deram sustentação ao desataque do país como líder mundial no comércio de proteína animal, em bases sustentáveis.
Reconhecimento internacional de País livre de Aftosa
O reconhecimento internacional do status sanitário de livre de febre aftosa sem vacinação ao país é feito pela OMSA.
Para isso, a Organização exige a suspensão da vacinação contra a febre aftosa e a proibição de ingresso de animais vacinados nos estados por, pelo menos, 12 meses.
O Brasil prevê apresentar o pleito ao reconhecimento para à Organização Mundial de Saúde Animal em agosto de 2024. Já o resultado, se aprovado, será apresentado em maio de 2025, durante assembleia geral da entidade.
Atualmente, no Brasil, somente os estados de Santa Catarina, Paraná, Rio Grande do Sul, Acre, Rondônia e partes do Amazonas e do Mato Grosso têm o reconhecimento internacional de zona livre de febre aftosa sem vacinação pela OMSA.