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FAB restringe voos em terra Yanomami em combate aos garimpos

A Aeronáutica inicia, à 0h desta quarta-feira (1º), a ampliação do controle e a restrição do espaço aéreo do território do povo indígena yanomami em Roraima.

A medida, anunciada pela FAB (Força Aérea Brasileira) em nota, tem como objetivo combater o garimpo na região, ao impedir a logística de abastecimento das atividades criminosas.

Na região restrita, estão permitidos voos para aeronaves que estão em contato com órgãos de controle. Na reservada, aqueles de acordo com as regras e orientações do tráfego aéreo.

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“As aeronaves que descumprirem as regras estabelecidas nas áreas determinadas pela Força Aérea, estarão sujeitas às Medidas de Proteção do Espaço Aéreo (MPEA)”, disse a Aeronáutica, por meio de nota.

De acordo com o texto, a FAB instalará ainda um radar modelo TPS-B34, que pode ser levado de Santa Maria (RS) para aumentar a possibilidade de detecção do espaço aéreo. Além disso, já há duas aeronaves na região (E-99 e R-99) e o alerta da defesa aérea na capital de Roraima já foi reforçado, segundo a força.

A operação é iniciada um dia depois da publicação do decreto no Diário Oficial da União. A partir desta semana, o governo dá início a um combate mais efetivo aos criminosos.

Na semana passada, o foco principal ainda era emergencial no atendimento à população yanomami.

Na véspera, ministros envolvidos no tema se reuniram com o presidente Lula para discutir medidas de combate ao garimpo e assistência aos indígenas.

Durante a tarde, Lula disse a jornalistas que o governo vai acabar com o garimpo em território indígena, o que já é proibido, mas ainda ocorre de forma ilegal e foi intensificado durante o governo de Jair Bolsonaro (PL).

“Vamos tomar todas as atitudes para tirar os garimpeiros ilegais e cuidar dos yanomamis. Resolvemos tomar decisão, acabar com a brincadeira, não vai mais ter garimpo. Não vai mais ter sobrevoo, barcaças com combustíveis”, disse o presidente a jornalistas, após reunião com o premiê alemão, Olaf Scholz.

“O governo brasileiro vai tirar e acabar com garimpo em qualquer terra indígena a partir de agora. Não haverá por parte da agencia de minas e energia autorização para conceder a alguém fazer pesquisa em qualquer área indígena”, completou.

Mais cedo, após a reunião do presidente com ministros, o Palácio do Planalto divulgou uma nota em que fala sobre um plano de ação com as primeiras iniciativas para expulsar o garimpo e outras atividades ilegais na área.

Durante o encontro, foram discutidas e acordadas medidas para barrar o transporte por água e ar -inclusive o fechamento do espaço aéreo-, para impedir a logística de abastecimento das atividades criminosas.

Atualmente, instituições locais estimam que o número de garimpeiros dentro da Terra Indígena supere os 20 mil, mas não há dado oficial até o momento.

“As ações também visam impedir o acesso de pessoas não autorizadas pelo poder público à região buscando não apenas impedir atividades ilegais, mas também a disseminação de doenças”, declarou o governo, em nota. O documento, porém, não traz detalhes dessas ações.

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