A marca manterá o Centro de Desenvolvimento de Produto, na Bahia, e o campo de provas e sua sede administrativa para a América do Sul, ambos no estado de São Paulo.

A Ford anunciou nesta segunda-feira (11) que encerrará a produção de veículos em suas fábricas no Brasil. No país desde 1919, a montadora mantinha fábricas em Camaçari (BA) e Taubaté (SP), para carros da Ford, e Horizonte (CE), para jipes da Troller.
A marca, que fechou 2020 como a 5ª que mais vendeu carros no país, com 7,14% do mercado, manterá o Centro de Desenvolvimento de Produto, na Bahia, e o campo de provas e sua sede administrativa para a América do Sul, ambos no estado de São Paulo.
Em comunicado, a marca diz que a decisão foi tomada “à medida em que a pandemia de Covid-19 amplia a persistente capacidade ociosa da indústria e a redução das vendas, resultando em anos de perdas significativas”.
A Ford disse que aproximadamente 5 mil empregos serão afetados com a reestruturação no Brasil e na Argentina — o país vizinho sofrerá ajustes pelo encerramento da produção no Brasil. Ao todo, a empresa possui 6.171 funcionários no Brasil. Em Taubaté, 830 funcionários serão demitidos. A fábrica de Horizonte emprega 470 pessoas.

Reestruturação global
De acordo com a Ford, o fechamento das fábricas no Brasil é mais um passo de seu processo de reestruturação global. “A Ford está presente há mais de um século na América do Sul e no Brasil e sabemos que essas são ações muito difíceis, mas necessárias, para a criação de um negócio saudável e sustentável”, disse Jim Farley, presidente e CEO da Ford.
Impactos no mundo
O plano de reorganização da empresa também afetou outros países nos últimos anos. Foram fechadas fábricas na Austrália, após 91 anos no país, e na França, em Blanquefort. Na Europa e Estados Unidos, a montadora anunciou demissões em 2019.
Repercussão
A associação das fabricantes, a Anfavea, disse que não vai se pronunciar sobre o encerramento das atividades. “A Anfavea não vai falar sobre o tema, trata-se de uma decisão estratégica global de uma das nossas associadas. Respeitamos e lamentamos. Mas isso corrobora o que a entidade vem alertando há mais de um ano sobre a ociosidade local, global e a falta de medidas que reduzam o Custo Brasil”, disse a associação em nota.