Dados divulgados, nesta segunda-feira (30) pela MapBiomas que a partir da análise de imagens de satélite com o auxílio de inteligência artificial, revela que em 2020, três em cada quatro hectares minerados no país estão na Amazônia. Isso equivale, ainda segundo a pesquisa, a dizer que: 93,7% dos garimpos estão concentrados no bioma.
Ainda segundo a organização, a área ocupada pela mineração industrial e atividades de garimpo no Brasil cresceu mais de seis vezes e passou de 31 mil hectares, em 1985, para 206 mil hectares até o ano passado.
O dado que cobre esse período de 35 anos a partir da análise de imagens de satélite com o auxílio de inteligência artificial vem monitorando as transformações na cobertura e no uso de terras no Brasil nesse período e alerta para uma devastação ambiental crescente nos biomas de todo o país.
Estudo – Para chegar a esse crescimento de até seis vezes, o estudo separou a área minerada em duas categorias. Uma delas ligada à mineração industrial, de grande porte. Nesse caso, responsável em até 50% pela produção de ferro e alumínio e em menor escala de minério utilizados pela construção civil, como calcário, cascalho e britas.
Ao longo de 1985 até o ano passado, a mineração industrial registrou um crescimento de 4,7 vezes, segundo a MapBiomas. Enquanto que a mineração por garimpo, relacionada principalmente a extração de ouro (86%) e em menor parte à cassiterita, aumentou até 10 vezes mais. Somadas as duas categorias, os pesquisadores observaram que a área total minerada cresceu seis vezes no últimos 35 anos.
No último dia 21, tropas do Exército Brasileiro reforçaram a segurança na região para conter uma tentativa de invasão. Um comboio de soldados do Comando Militar da Amazônia (CMA) do Pelotão de Fronteira de Vila Bittencourt e São Gabriel da Cachoeira foi deslocado para evitar a ocupação de uma área de garimpo pelos guerrilheiros colombianos
Avanço ilegal e sem benefícios – A tendência de alta dos garimpos vem em curso desde 2010. Mas esse tipo de atividade superou a extração industrial nos últimos três anos, isto é, desde 2018, apontam. O avanço, conforme mostra a organização, se deu sobretudo de forma ilegal. Até a metade das áreas mineradas estão dentro de unidades de conservação (40,7%) e em terras indígenas (9,3%). Principalmente no Pará, Mato Grosso e Rondônia, todos estados da região amazônica do país.