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Guiana: Maduro apresenta mapa com território anexado

Ditador venezuelano aconselha os EUA a não se envolverem na questão que envolve a disputa na região

O presidente venezuelano, Nicolás Maduro, divulgou na 3ª feira (5), em seu perfil no X, o que chamou de “o novo mapa da Venezuela”, incluindo área incorporada da Guiana. Em referendo realizado no domingo (3.dez), mais de 95% dos eleitores aprovaram a criação de um Estado venezuelano chamado Guiana Essequiba no território que hoje pertence ao país vizinho.

“Imediatamente ordenei publicar e levar a todas as escolas, colégios, Conselhos Comunitários, estabelecimentos públicos, universidades e em todos os lares do país o novo mapa da Venezuela com a nossa Guiana Essequiba. Este é o nosso querido mapa,” disse.

Ele também apresentou um projeto de lei que regulamentará a criação do novo Estado. Os deputados da Casa deliberarão sobre a proposta nesta 4ª feira (6).

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O presidente venezuelano ainda ordenou que a PDVSA –estatal petroleira venezuelana– conceda licenças para exploração de petróleo e gás na região.

Aviso aos EUA

Maduro também mandou um recado para os Estados Unidos (EUA) para que não se envolvam na questão relacionada à reivindicação de anexação de parte do território da Guiana, que representa 70% da área do país.

“Tiraram o presidente da Guiana do cargo, porque ontem ele disse que os EUA têm as tropas prontas para fazer uma guerra contra a Venezuela”, disse Maduro. “Fazem uma promessa à Guiana, encorajam-na a fazer uma provocação contra a Venezuela e depois a deixam sozinha”, provocou o presidente da Venezuela.

O presidente da Guiana, Irfaan Ali, afirmou apenas que o país conta com o apoio dos Estados Unidos, Canadá e França, mas não há declarações dele sobre uma possível ajuda militar desses países.

“Aconselho os Estados Unidos da América [a ficarem] longe daqui. Deixem que Guiana e Venezuela resolvam esse assunto em paz. Fora daqui”, completou Maduro.

As declarações do presidente venezuelano acontecem após o porta-voz do Departamento de Estado norte-americano, Matthew Miller, afirmar que a questão não poderia ser resolvida em um plebiscito.

“Pedimos à Venezuela e à Guiana que continuem procurando uma solução pacífica para a sua disputa. Isso não é algo que possa ser resolvido por meio de um plebiscito”, destacou Miller em uma entrevista coletiva.

Venezuela e Guiana

No último domingo (3), a maioria dos votantes da Venezuela aprovou um plebiscito para decidir se o país deveria ou não anexar parte do território da Guiana. O local é conhecido como Essequibo e está no centro das discussões entre os dois países há anos.

Os venezuelanos defendem que o Essequibo, uma área de 159.500 km² e rico em recursos naturais, fazia parte da Capitania Geral da Venezuela, quando a região ainda era dominada pelo império da Espanha.

No entanto, a Guiana alega que a questão foi resolvida em 1899, por meio da Sentença Arbitral de Paris que determinou as fronteiras dos territórios da Guiana Britânica.

As tensões na região aumentaram após grandes jazidas de petróleo serem encontradas no território.

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