O Hospital Universitário Getúlio Vargas (HUGV-Ufam), administrado pela Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), recebeu, nesta quinta-feira (12), militares da Flotilha do Amazonas para uma visita técnica que marca o início de uma parceria estratégica.
O encontro, busca integrar as atividades de saúde do hospital com as missões realizadas pelos “Navios da Esperança” da Marinha do Brasil, potencializando o alcance da assistência médica nas regiões mais isoladas do estado.
A iniciativa reforça a importância da união entre ciência, tecnologia e capacidade logística militar para superar os desafios da saúde em um território onde os rios são as principais vias de acesso. O superintendente do HUGV-Ufam, Juscimar Carneiro Nunes e membros da gestão hospitalar receberam os representantes da Flotilha do Amazonas, sob o comando do Capitão de Mar e Guerra, Sandir Antonio De Freitas D’almeida.
Na oportunidade, ao dar as boas-vindas aos militares da Marinha do Brasil, Juscimar Nunes destacou a importância da parceria que se inicia, pois, na Amazônia, as estradas são os rios.
“O HUGV está expandindo sua linha de cuidado e precisa fortalecer sua atuação em todas as profissões da saúde para a população do estado. Por isso, conta com a Telessaúde, especialmente o Telemonitoramento em Pré-natal de Alto Risco para Regiões Remotas do Amazonas e o UNASUS da UFAM. A nova meta é expandir o atendimento odontológico para o interior do estado, assim como a tele ginecologia”.
E complementou: “Por isso, o apoio da Marinha é fundamental pois ela é a Força Armada com a maior capilaridade para atendimento aos povos da Amazônia. Essa parceria é uma busca de soluções para todos esses problemas que afligem os amazônidas”.
Durante a apresentação, o Capitão de Mar e Guerra Sandir falou sobre a atuação da Flotilha do Amazonas e do 9º Distrito Naval, discorrendo sobre o planejamento militar para atender aos municípios da Amazônia Ocidental, levando em conta a sinuosidade e peculiaridades dos rios da região.
O comandante Sandir ainda ressaltou o compromisso dos “Navios da Esperança” em melhorar as entregas dos serviços de saúde às comunidades ribeirinhas.
“Por meio da saúde básica, com a interoperabilidade do Exército e da Aeronáutica, nosso maior desafio é o de oferecer um serviço melhor, por meio de novas parcerias, juntando aspectos da telemedicina e de especialistas em saúde”.
Para o chefe da Unidade E-Saúde do HUGV, Pedro Elias de Souza, com a assinatura do termo de cooperação entre a Universidade Federal do Amazonas e o 9º Distrito Naval, as ações da telessaúde do HUGV-Ufam serão mais capilarizadas no Amazonas.
“A Marinha tem infraestrutura para embarcar a tecnologia que possuímos – hospital e universidade – para levar até a ‘ponta’ um atendimento de qualidade aos ribeirinhos, com diversas especialidades. Já no início de 2025 teremos uma ação bem efetiva e impactante, que vai atender a população ribeirinha e ampliar o atendimento aos povos indígenas, que é o que nosso projeto pretende”, finalizou.
Navios da Esperança
A Amazônia Legal é uma região de superlativos: cinco milhões de km², maior bioma do Brasil, maior bacia hidrográfica do mundo, possui 22.000 km de vias navegáveis e o maior vazio demográfico do País, onde o acesso ao direito constitucional à saúde é dificultado pelas grandes distâncias e densa floresta.
E pouco se conhece sobre a saúde da população nessa região. Com 156 anos de experiência na Amazônia, com vocação fluvial, a Marinha do Brasil percebeu a falta desse direito inalienável e leva, por meio dos Navios de Assistência Hospitalar (NAsH), conhecidos como “Navios da Esperança”, acesso à saúde básica para a população ribeirinha e povos originários, durante todo o ano.