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Igarapés de Manaus sofrem com lixo e pesquisadores apontam soluções

A poluição dos igarapés de Manaus contrasta com a floresta. Nas enxurradas, é comum haver “rios de plásticos” em meio à cidade que abriga o segundo maior polo industrial brasileiro.

“Precisamos olhar para esses cursos d´água para esses cursos d´água como fonte de serviço ambiental, resgatando a função de balneários e áreas de lazer”, diz Sávio Ferreira, coordenador de dinâmica ambiental do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa). “Não há planejamento e a sociedade não contribui”, lamenta.

Estudo liderado por ele mostra ser possível recuperar igarapés com interrupção da poluição e restauração das margens, onde cerca de 300 mil pessoas vivem em 70 mil moradias, a maioria palafitas.

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A área urbanizada de Manaus dobrou em 35 anos. A população cresceu 14,5% de 2010 a 2022, para 2 milhões de habitantes.

“A solução, mais que retirar lixo dos igarapés com balsas, é acabar com a origem da poluição”, diz Paulo Cesar da Silva Souza, da Depósito Verde, startup que mantém totens para troca de garrafas e latas por prêmios e benefícios. Há ainda o desafio da logística reversa de eletrônicos.

“É crescente a demanda de governo, Ministério Público e setor industrial”, diz Alessandro Dinelli, fundador da Descarte Certo, que espera processar 600 toneladas neste ano, incluindo o serviço a prefeituras para coleta de equipamentos velhos.

Limpeza

A Prefeitura de Manaus vai gastar R$ 500 milhões este ano com a coleta do lixo na cidade. O valor foi anunciado pelo prefeito David Almeida em maio deste ano ao assinar decreto de criação da Comissão Municipal de Mudanças Climáticas.

Almeida disse que o descarte incorreto dos resíduos têm grande impacto no meio ambiente e nas finanças do Município.

“Vivemos em uma cidade onde temos 36 igarapés que cortam a nossa cidade, áreas que foram ocupadas [irregularmente] e degradadas. Estamos preocupados com isso […] E além de cuidar das questões das mudanças climáticas, a nossa preocupação maior é sobre o lixo. Esse ano vamos gastar mais de R$ 500 milhões só para recolher lixo”, disse David Almeida.

As despesas para a coleta do lixo descartado em locais impróprios, como igarapés, afeta os recursos de secretarias municipais, disse o prefeito.

David Almeida disse que uma diminuição de no mínimo 10% dos gastos com a coleta dos resíduos já garantirá investimentos maiores em outras áreas, como meio ambiente, cultura, esporte, lazer e mobilidade urbana.

A despesa com o serviço de recolhimento do lixo é a segunda maior do Poder Executivo, segundo Almeida.    

“Isso impede a gente de crescer, de investir em mobilidade urbana e qualidade de vida […] Se a gente conseguir diminuir em 10% a coleta do lixo, vamos ter recursos para investir em outras áreas”, afirmou.  

Arborização

A prefeitura também informou que, conforme o Plano Municipal de Arborização “Manaus Verde”, foram produzidas, entre janeiro e abril, mais de 60 mil mudas; atendidos 45 pedidos de instituições diversas, com mais de  5 mil mudas doadas; plantadas mais de 2 mil mudas em avenidas e locais da cidade; e distribuídas mais de 10 mil mudas para a população em 22 ações itinerantes da Semmas. 

O novo objetivo do “Manaus Verde” é produzir 300 mil mudas até o final do biênio 2023/2024. Além disso, seráo atendidos mais de 200 pedidos de doações, entregando mais de 60 mil mudas; se realizarão mais de cem ações itinerantes de doação para a população em geral; o plantio de mais de 20 mil mudas em mais de 40 áreas estratégicas da cidade; e nos próximos dois meses (maio e junho) serão firmados mais dois acordos de cooperação, para intensificar e melhorar a arborização de Manaus.

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