Made in China: Ibrachina espera aprovar projeto na Prefeitura de São Paulo e iniciar construções até 2024; investimento será de R$ 150 milhões do setor privado

Foto: Ibrachina/Divulgação
Com o intuito de estreitar ainda mais a relação sino-brasileira, o Instituto Sociocultural Brasil-China (Ibrachina) quer em até quatro anos iniciar a construção de uma Chinatown em São Paulo.
O projeto foi desenvolvido pelo Ibrachina e por parte da comunidade chinesa e caso seja aprovado pela gestão municipal, deverá ser instalado na região central da cidade de São Paulo. O Chinatown ocuparia trechos das Avenidas Mercúrio e do Estado e as Ruas da Cantareira e São Caetano, nas imediações da Rua 25 de Março e do Mercado Municipal.
Thomas Law, presidente do Ibrachina, diz que a escolha pela região central se deu porque além de ser um local onde há forte concentração de chineses no comércio, há muitos galpões e áreas abandonadas, sem revitalização. “Atualmente, há pontos muito decadentes que poderiam se tornar uma zona econômica e cultural muito importante. Vários investidores já demonstram interesse”, pontua.
Assim como em outras cidades, o bairro comercial chinês teria pórticos, os tradicionais portões de entrada, com mais de nove metros de altura, lojas comerciais e restaurantes com comidas tradicionais da China. De acordo com Sophia Lin, arquiteta do projeto, também seria construído um teatro milenar, estacionamento, um parque e um shopping na região.
Thomas Law destaca que o projeto é uma parceria do setor privado com o público, mas o investimento seria apenas de empresários e da comunidade chinesa. A estimativa do custo é de R$ 150 milhões para a obra.
“Eu vejo que o projeto agrega muito. Hoje a 25 de março compete comercialmente com o Brás e o Bom Retiro. A Chinatown seria uma região que fortaleceria aquele espaço, principalmente porque os turistas que estivessem circulando pelo Mercado Municipal poderiam ir ao bairro chinês, seria uma nova rota no ciclo do comércio no centro”, explica o presidente do Ibrachina, que garante o interesse de empresários do setor privador em tocar o negócio.

Os objetivos apontados no projeto são: “construir monumentos que simbolizem o elo entre Brasil e China junto ao centro de comércio popular mais significativo do País”, atrair mais turistas para a região, “proporcionar ao brasileiro comum a oportunidade de conhecer um pouco da história (dos que) adotaram o Brasil com(o) sua segunda casa” e “doar para a cidade de São Paulo espaços de lazer como forma de retribuição pelo acolhimento e oportunidades”.
De acordo com Sophia Lin, a equipe já teve inúmeras reuniões com a Secretaria de Urbanismo para aprovar o projeto. Na região, ela descreve que atualmente funcionam lojas, distribuidoras de bebidas e galpões. “Essa parte mais burocrática do que seria feito por lá é algo mais político. Se dependesse só da gente, a proposta já estaria em andamento”, esclarece.