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Juíza rejeita ‘arrependimento’ e nega soltura de Lucas Picolé

A juíza Aline Kelly Ribeiro Marcovicz Lins, da 4ª Vara Criminal da Comarca de Manaus, rejeitou nesta segunda-feira (20), o pedido de soltura do influenciador digital João Lucas da Silva Alves, o Lucas Picolé.

A defesa suplicou liberdade provisória sob alegação de que Lucas sofreu demais com a prisão. A juíza afirmou, no entanto, que há milhares de presos no país que se arrependem dos atos na cadeia e que está convencida de que ele tem que continuar preso.

“Certamente, a exemplo do réu, há milhares de presos pelo País que se arrependem de seus atos ante à nova realidade, até mesmo evoluindo para um estado depressivo, todavia, no caso em apreço, permanecem presentes os requisitos para a manutenção da prisão preventiva do Requerente, reforçados por atos e fatos ensejadores da decretação, que fortaleceram a necessidade da segregação da liberdade”, afirmou Aline Lins.

A magistrada disse que não há fatos relevantes que mudem o entendimento dela e sugeriu à defesa de Lucas recorrer em instância superior. “Observo à Defesa que este Juízo já tem formado seu convencimento pela necessidade da manutenção da segregação cautelar do acusado supracitado, sendo-lhe facultado recorrer à instância superior”, afirmou Aline Lins.

No pedido de liberdade provisória, a defesa suplicou pela soltura do influenciador e alegou que o pedido era “muito mais por questão humana de sobrevivência”.

“O acusado até pensou em tirar sua própria vida. Já basta toda humilhação e exposição de sua vida pessoal e de saúde nas redes sociais, até mesmo publicações com vazamento criminoso de informações processuais do seu estado de saúde. Basta, Excelência! Suplicamos que permita que João Lucas possa ter sua liberdade restituída”, diz trecho do pedido.

A juíza Aline Lins afirmou que defesa não apresentou laudo médico ou informação que indique, “ao menos formalmente, de que a saúde mental e psicológica do réu estaria comprometida”.

Lucas Picolé é réu em três ações penais. A principal versa sobre um grupo de influenciadores que promovia rifas consideradas ilegais em Manaus. Os integrantes desse grupo foram alvos da Operação Dracma, deflagrada em junho de 2023, que apura fraudes nos sorteios. Eles foram denunciados pelo MPAM (Ministério Público do Amazonas) em setembro passado.

Lucas foi preso em julho de 2023 na segunda fase da Operação Dracma, mas deixou o presídio três meses depois ao ser beneficiado com a liberdade provisória. O influenciador voltou a ser detido em fevereiro deste ano após anunciar sorteio de uma motocicleta zero quilômetro. A polícia e a Justiça entenderam que ele descumpriu proibições.

No mês passado, a pedido da defesa, a juíza Aline Lins determinou o retorno influenciador ao convívio com os demais detentos do CDPM I (Centro de Detenção Provisória Masculino), na rodovia BR-174. Os advogados de Lucas relataram que desde que foi preso pela segunda vez ele ficou isolado em uma cela para presos doentes.

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