
O desembargador plantonista do Tribunal de Justiça do Amazonas, José Hamilton Saraiva dos Santos, indeferiu pedido de Habeas Corpus da defesa do delegado da Polícia Civil Régis Celeghini, que cumpre prisão preventiva após ter denunciado o juiz da Comarca de Carauari, Jânio Tutomo Takeda, por corrupção no Ministério Público estadual. Ele era titular da 65ª Delegacia Interativa de Polícia (DIP) no município amazonense, que fica a 787 km de Manaus.
Regis está preso preventivamente desde da tarde de quinta-feira (8), por determinação do magistrado, na carceragem da Delegacia Geral da Polícia Civil, em Manaus.
Vídeos gravados postados no portal g1 mostram um preso na delegacia com um celular e que confessa que tinha o aparelho para atender as chamadas do juiz para realizar trabalhos na cada dele.
Com um menos de um mês na delegacia, o delegado recebeu uma inspeção judicial e durante a fiscalização informou ao magistrado que o havia denunciado por corrupção na cidade, onde o juiz atua há mais de 30 anos.
Takeda deu voz de prisão e atribui ao delegado os crimes de desacato, injúria, denunciação caluniosa, desobediência a ordem judicial, abolição violenta do estado democrático de direito e obstrução ao livre exercício da atividade judiciaria.
A defesa do delegado em sua representação alegou que “a prisão é totalmente arbitrária e ilegal, realizada de forma parcial, vez que a vítima, em tese, é a própria autoridade coatora”.
Em sua decisão, composta por 12 páginas, o desembargador discorreu sobre a fraca justificativa apresentada no documento impetrado pela defesa do preso e decidiu por manter o delegado preso.
O delegado foi preso quando trabalhava e deixou a delegacia algemado com as mãos para traz. Regis estava como delegado em Carauari desde dezembro do ano passado em estado probatório.
O delegado Regis tem 41 anos de idade, é mineiro de Belo Horizonte (MG), onde era investigador da Polícia Civil, é formado em Direito, mestre em Direito Privado e com especialidade em Direito Constitucional.


