
Na Região Norte do Brasil, mais da metade dos municípios do Amazonas está em situação de alerta por causa da seca.
As cidades que ficam no Vale do Javari estão sofrendo com a seca. Benjamin Constant passa por uma crise de desabastecimento de água e alimentos que atingiu todas as 65 comunidades ribeirinhas, além da área urbana. A cidade decretou situação de emergência na última segunda-feira (10).
O nível do Rio Solimões está com 68 cm. Em épocas de chuvas, o rio chega a 12 metros. Pelo alto, bancos de areia ocupam o espaço que antes era coberto pelas águas.
Não há medidores no Rio Javari. Em tabatinga, a ponte usada por carros e caminhões para chegar à balsa, foi interditada porque o rio secou.
Parte da estrutura contava com o rio cheio para não cair. Sem água, há risco de acidentes. Um medidor indicou que o Rio Solimões estava com apenas 10 cm de profundidade.
O preço do transporte fluvial, único meio disponível para chegar a Benjamin Constant, subiu de R$ 35 para R$ 70, porque o trajeto aumentou por causa da seca.
As cargas, principalmente de alimentos, em grandes embarcações são remanejadas para barcos menores que conseguem navegar em trechos mais rasos, o que aumenta o preço final que chega ao consumidor.
Seca isola Benjamin Constant
A Defesa Civil de Benjamin Constant (distante 1.119 km de Manaus) decretou situação de emergência no município por causa da seca dos rios Javari e Solimões.
Com a estiagem, barcos que viajam de Manaus transportando mercadorias, como alimentos perecíveis e não perecíveis, não conseguem chegar até a região no Alto Solimões. Os moradores também sofrem com falta de água potável.
O município decretou situação de emergência na sexta-feira (7). Segundo a Defesa Civil de Benjamin Constant, a maioria das 65 comunidades ribeirinhas e indígenas está tendo dificuldades de acesso fluvial.
Por causa do nível baixo do rio Solimões, a cidade vem tendo dificuldades para abastecer o comércio local com produtos comprados em Manaus, capital do Amazonas.
Os produtos que abastecem a cidade saem da capital e são levados até Tabatinga, cidade amazonense na tríplice fronteira do Brasil com a Colômbia e Peru.
Os barcos descarregam as mercadorias em um porto privado de Tabatinga. De lá, as cargas são transportadas em canoas para Benjamin Constant. A viagem dura cerca de seis horas.
Produtos congelados, como frangos e carnes, são levados fora de refrigeradores.
Com o desabastecimento e a logística para chegar em Benjamin Constant, os comerciantes aumentaram os preços dos produtos. Os novos valores buscam cobrir os custos com os fretes pagos às canoas que levam as mercadorias de Tabatinga. O transporte entre as cidades chega a custar R$1.500.
Falta de água potável
Outro problema que os moradores de comunidades ribeirinhas de Benjamin Constant vêm enfrentando é a falta de água potável.
A Defesa Civil do município informou que, com o decreto de situação de emergência, os moradores de Benjamin Constant irão receber cestas básicas e água potável.


